A bandeira nacional foi ‘lavada’ em Goiânia e ratos foram jogados no espelho d´água do Congresso Nacional. Cazuza deve ter gostado, afinal, cumpriu-se a profecia de sua música “O tempo não para”, lançada em 1988: “A tua piscina tá cheia de ratos/Tuas ideias não correspondem aos fatos...” Casou com o momento. Do Planalto e do Congresso saíram mensagens ‘encorajadoras’ aos manifestantes, porém, sabidamente não correspondem ao que pensam os donos do poder. Embora o presidente Michel Temer tenha sido ‘poupado’ nos protestos de ontem, convocados por grupos sociais em apoio ao juiz Sérgio Moro, à força-tarefa da Lava Jato e à Polícia Federal. Eles que esperem, porque o tempo não para e o povo está de volta às ruas, e as pedras do dominó continuam caindo.

SOBROU PARA ELES

Nos protestos sobrou para Lula, Renan Calheiros e Rodrigo Maia. Lula, porque a população acha que já deveria estar preso, ‘para dar o exemplo’. Renan, porque assumiu ‘abertamente’ o comando da tropa de mais de 200 políticos investigados pela Lava Jato e vem tentando intimidar a força-tarefa. Maia porque comandou a descaracterização do Pacote Anticorrupção na madruga de quarta-feira, para ‘agradar’ deputados que apoiam sua reeleição à presidência da casa.  

POUCA GENTE NAS RUAS EM MANAUS

Para uma cidade com mais de 2 milhões de habitantes, e com alguns políticos ‘alvos’ da Lava Jato, o protesto de rua ontem em Manaus não espelhou a realidade. Pouco mais de 500 pessoas foram às ruas mostrar seu desagrado com os rumos que os políticos tentam dar à limpeza moral que o juiz Sérgio Moro promove na política do país. A caminhada saiu do Centro e se dirigiu à Avenida Djalma Batista. As vítimas do acidente com o time da Chapecoense também foram lembrados, com um minuto de silêncio

CHATO, ESSE DEPUTADO

Acostumado a mobilizar milhares de pessoas para assinar abaixo-assinados como o que impulsionou a construção da ponte Rio Negro, e que está em andamento para a construção da ponte Rio Solimões, o deputado Francisco Souza agora quer mobilizar ‘mexer’ na tabela do Imposto de Renda. No próximo dia 13, ele abre o debate numa audiência pública em Manaus, mas com a intenção de ‘contagiar’ os demais Estados para que o assunto chegue ao Congresso Nacional. Se vai dar certo, nem o próprio Souza sabe, já que a questão é federal e só o governo da União pode mexer.