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Bruno Aiub Monark foi 'cancelado' por dizer a verdade dele


Por Raimundo de Holanda

08/02/2022 20h13 — em
Bastidores da Política



É curioso como parte da mídia brasileira trabalha o tema “liberdade de expressão”. O caso do “cancelamento” de Bruno Aiub, o Monark”, ao  defender na edição de número 545 do 'Flow Podcast” a legalização do Partido Nazista no Brasil,  é revelador de  equívocos compartilhados por políticos, empresários e juristas em torno do que é a democracia e sua alma gêmea: a  liberdade de pensamento.

Esse tipo de reação a um posicionamento pessoal do influencer coloca a todos em uma zona de silêncio. E o silêncio nada mais é do a expressão do terror, do medo, do encolhimento da verdade objetiva, a verdade do outro, que precisamos conhecer para crescermos como sociedade livre.

É da falta de conhecimento do outro ou do que os outros pensam que caímos em armadilhas, que sequestram a verdade e colocam em risco as instituições.

O que houve no programa foi um debate revelador de atitudes. Ninguém ali pregou o ódio ou o preconceito de raça apenas por citar o nazismo. Ninguém afrontou a moral nem pregou a subversão das leis do País.

Monark defendeu a legalização - legalização - do Partido Nazista. Legalizar é estar dentro da lei e as leis no Brasil mudam muito, as atitudes dos juristas mudam muito. Riscos de essa ideia um dia se concretizar existem de fato. Ou Lula, condenado em várias instâncias do Judiciário, não estaria livre e "inocente” para disputar a eleição deste ano.

Não que Monak estivesse correto em relação a tese  defendida por ele de legalizar o Partido Nazista no Brasil. Mas estava no seu direito de dizer publicamente o que pensava.

Ficou fácil conhecer Monark. É preciso conhecer outros, mas eles agora se escondem no silêncio imposto pela mídia, no cancelamento das “redes” que enterram biografias, pelo patrulhamento do jornalismo profissional que também é ideológico, que agora chega ao Ministério Público que o investiga por dizer o que pensa.

Passa por empresas que retiram o patrocínio  para não ficarem no meio de um “escândalo” que o simples fato de dizerem que estão retirando o apoio financeiro já as promove. E elas sabem faturar alto.  Enquanto a democracia se esgota e o Brasil afunda. Às vezes os jornalistas também  são responsáveis por essa decadência da liberdade.

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Raimundo de Holanda é jornalista de Manaus. Passou pelo "O Jornal", "Jornal do Commercio", "A Notícia", "O Estado do Amazonas" e outros veículos de comunicação do Amazonas. Foi correspondente substituto do "Jornal do Brasil" em meados dos anos 80. Tem formação superior em Gestão Pública. Atualmente escreve a coluna Bastidores no Portal que leva seu nome.