Anulação total de concurso da CMM é medida extrema
A decisão de anular todo o concurso realizado pela Câmara Municipal de Manaus em 2024, frustra a maioria dos aprovados, e coloca em xeque a credibilidade de uma instituição que deveria zelar pela ética, seriedade e transparência - pilares da administração pública.
Embora o número de vagas fosse inferior a 100, mais de 19 mil candidatos participaram do certame e, de alguma forma, deverão ser ressarcidos - alguns vieram de outros estados, pagaram taxa de inscrição, passagens aéreas e hospedagem.
Mas esse foi assunto ignorado na reunião do Ministério Público do Amazonas, que recomendou a anulação, com 23 vereadores da nova legislatura, que defendiam um novo certame. Por que entrou a questão política e o envolvimento de tantos vereadores?
Fora os vícios de origem - suposta violação dos lacres dos malotes das provas e tentativa de beneficiar parentes de servidores, o concurso não contemplou cotas para indígenas, negros e deficientes.
Um excesso da legislação (para resgatar pecados cometidos no passado), em nome de uma falsa inclusão que só gera mais preconceito e desigualdade.
Anular todo o concurso é medida extrema e merecia uma melhor análise, sem interferência política.
ASSUNTOS: Anulação de concurso, Concurso CMM, Manaus, MP-AM

Raimundo de Holanda é jornalista de Manaus. Passou pelo "O Jornal", "Jornal do Commercio", "A Notícia", "O Estado do Amazonas" e outros veículos de comunicação do Amazonas. Foi correspondente substituto do "Jornal do Brasil" em meados dos anos 80. Tem formação superior em Gestão Pública. Atualmente escreve a coluna Bastidores no Portal que leva seu nome.