Seca faz rios amazônicos atingirem recordes de baixa
A seca na Amazônia atinge níveis alarmantes, levando os principais rios da região a registrarem recordes de baixa histórica. O último Boletim de Alerta Hidrológico, divulgado na sexta-feira (13), confirma a gravidade da situação, sem previsão de melhoria a curto prazo.
O rio Negro, em Manaus, está com 16,75 metros, 3,7 metros abaixo da faixa de normalidade, e continua a descer 24 cm por dia. De acordo com Andre Martinelli, gerente de Hidrologia da Superintendência Regional de Manaus do Serviço Geológico Brasileiro (SGB), "não há projeções de melhoria a curto prazo", refletindo a severidade do cenário.
O fenômeno de estiagem, acentuado pela diminuição das chuvas, foi explicado por Andrea Ramos, meteorologista da Climatempo. Segundo ela, a Amazônia não tem estações climáticas bem definidas, mas alterna entre períodos mais e menos chuvosos. No entanto, o período chuvoso deste ano foi insuficiente, agravando o impacto da seca. “Agora, que seria o período menos chuvoso, estamos vendo o reflexo disso”, afirma.
Diversos rios da região apresentam níveis abaixo da média histórica, como o rio Solimões em Tabatinga, que registrou -1,79 m, o nível mais baixo desde 1983, e o rio Madeira, que chegou a 41 cm, a menor marca desde 1967. O rio Acre, em Rio Branco, está em 1,28 m, a segunda menor cota da história, e o rio Amazonas em Óbidos registra apenas 1,17 m, o nível mais baixo já registrado para a data desde 1967.
Essa situação crítica ressalta a urgência de medidas para enfrentar os desafios climáticos, enquanto a seca extrema continua a impactar a Amazônia.
ASSUNTOS: Amazonas