MP-AM recorre após Justiça autorizar venda de ingressos do Festival de Parintins
Manaus/AM – O Ministério Público do Estado do Amazonas (MPAM) entrou, na tarde dessa quarta-feira (3), com um recurso chamado Agravo Interno contra a decisão que autorizou a venda antecipada de ingressos para o Festival Folclórico de Parintins 2026.
A medida foi tomada após o desembargador Airton Luís Corrêa Gentil liberar a comercialização dos bilhetes, atendendo ao pedido da empresa organizadora do evento, a Amazon Best. Segundo o MPAM, a venda só deveria acontecer depois que todas as exigências legais e condições de segurança fossem cumpridas.
A Amazon Best alegou que a suspensão poderia causar prejuízos aos bois-bumbás, mas o Ministério Público rebateu afirmando que os camarotes, que movimentam cerca de R$ 8 milhões, continuam sendo vendidos normalmente. O problema, segundo o órgão, está nos ingressos comuns, onde foram identificados aumentos considerados abusivos e sem justificativa técnica.
No recurso, o MPAM pede que o desembargador reconsidere a decisão e volte a suspender a venda dos ingressos, ou que o caso seja analisado pela Terceira Câmara Cível do Tribunal de Justiça do Amazonas. Para o órgão, liberar a comercialização antes da análise completa pode colocar os consumidores em risco, já que faltam informações e garantias sobre a execução do festival.
O pedido tem base na Constituição Federal, no Código de Defesa do Consumidor e no Código de Processo Civil. O documento foi assinado pelos promotores Edilson Queiroz Martins, da 81ª Promotoria de Defesa do Consumidor, e Marina Campos Maciel, da 3ª Promotoria de Justiça de Parintins.
Para quem não lembra, recentemente os valores os ingressos para participar do festival subira de 82,9% até 248%. Por exemplo, em 2025 o ingresso simples custava R$ 500 e o passaporte, R$ 1.440; estes mesmo itens saltaram para R$ 1 mil e R$ 3 mil, respectivamente, para o festival de 2026. Um passaporte para as três noites está sendo vendido a R$ 4,8 mil.
Para o MP-AM, os preços são abusivos e injustificáveis, o que apresenta explicitamente que os consumidores estão sendo lesados.
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