Mãe de cadeirante relata desespero ao ter casa invadida por carreta na Cidade Nova
Manaus/AM - Alcineia Souza de Moraes, 37, que teve a casa atingida por uma carreta desgovernada na Av. Jurunas, no bairro Cidade Nova, na manhã desta segunda-feira (11), falou sobre o desespero que sentiu e deu detalhes sobre o estado de saúde dos filhos que ficaram feridos no acidente.
"Hoje é meu primeiro dia de estágio e eu estava organizando as minhas coisas, porque o meu estágio é à tarde e eu estava sentada na cama, justamente com meu filho de 5 anos. Comigo tinha três crianças, sendo uma que era cadeirante, e nessa hora, eu vi rachando a parede, eu falei: "Meu Deus, é o fim", porque a carreta veio com tudo e aí do outro lado é uma laje, tem três metros de altura. Eu falei: "Não tem condição de eu pular, eu morro misgalhada ou eu morro caindo", mas nessa hora eu corri para abraçar minha filha e pedi a Deus: "Eu peço Senhor, me ajuda para que ao menos aquele cômodo ali fique de pé, que era onde ela estava".
A mulher conta que as paredes desabaram e ela não conseguiu mais ver a terceira criança. Ela levantou rapidamente, procurou o menino, mas ele não respondia. "Eu já imaginei que a carreta tinha passado por cima dele, que era no quarto onde ele justamente ele estava".
Alcineia entrou em desespero, mas viu que a filha estava presa no cômodo, sem saída, e só podia ser retirada por baixo da carreta. Os vizinhos correram para ajudar e retiraram a criança, que estava bastante assustada.
"E aí eu comecei a gritar, eu entrei em estado de choque, foi quando os vizinhos saíram correndo, se arriscando até por baixo mesmo da carreta alguns para me ajudar e tirar a menina, né, que é a minha filha é cadeirante, ela pesa. Aí para tirar ela, não tinha como porque a carreta atravessou a nossa entrada, nós tivemos que pular por cima do muro para poder tirar ela e o pessoal conseguiram tirar".
Ela conta ainda que logo depois, um vizinho encontrou o filho que estava desaparecido. O menino estava ferido na cabeça e chorava muito, mas foi socorrido rapidamente.
"Nessa hora, um vizinho meu ia passando e viu o meu meu filho o que estava desaparecido embaixo das coisas que tinham caído lá no quarto. E aí, depois ele pegou e ele retirou ele e levou para o hospital. Meu esposo levou ele para o hospital, ele levou alguns ponto na cabeça, está com bastante hematoma e tá em observação, caso ele precise bater um raio-x ou alguma coisa assim", desabafou.
A mulher conta que sempre fica com a filha cadeirante exatamente no quarto que foi destruído pela carreta, mas naquele exato momento, a filha estava em outro local porque estava brincando com um pintinho de estimação que a família tinha ganhado há pouco tempo.
"Ela sempre fica nesse quarto que foi atingido, mas eu tinha pegado um pinto e ela estava agradando esse pinto na cozinha. E aí foi por isso que ela não foi atingida, graças a Deus, porque ela não ia ter condições de sair desse quarto não. Porque ela sempre fica justamente na cama em onde foi que a cama foi atingida".
Apesar da menina ter sofrido escoriações e dos outros filhos também terem se machucado, Alcineia agradeceu porque todos estão vivos. Ela afirma que a empresa está dando suporte e que o advogado da mesma já esteve no local para avaliar os danos na casa. A família mora no imóvel há oito anos.
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