"Eu vou gritar e lutar por justiça pelo meu filho", diz mãe de enfermeiro arrastado por micro-ônibus
Manaus/AM – Familiares e amigos do enfermeiro Gabriel Reis, morto em um acidente de trânsito no dia 4 de dezembro deste ano, no bairro Tancredo Neves, se reuniram na manhã de hoje (28), na Avenida Grande Circular, para cobrar justiça pelo jovem.
Em um discurso emocionado, a mãe de Gabriel, Ilka Melo, afirmou que vai lutar até o fim para que a morte do filho não seja esquecida.
“Jogaram aqui no meio da rua como se fosse mais um caso a morte do meu filho: ‘é mais um caso, ninguém vai fazer muita diferença’. Mas eu vou fazer a diferença pelo meu filho. Eu vou em nome dele, e estou cansada. Eu chorei todos os dias após a morte do meu filho, mas me levantei para fazer justiça. A pessoa que matou o meu filho na condução daquele micro-ônibus não tem noção do que fez. Ela acabou com a vida do meu filho. Acabou com uma família.”
A família não entende por que a mulher responsável pelo atropelamento não foi presa e cobra que as autoridades investiguem o caso com seriedade e apliquem a lei em todo o seu rigor.
“O nosso grande questionamento é que essa pessoa que estava dirigindo o micro-ônibus não foi autuada em flagrante, não foi detida. Então, onde está a nossa justiça? Justificar que havia falta de freio no veículo, que ela não encontrou o freio... de que forma isso aconteceu? Precisamos saber o que realmente ocorreu naquele momento em que ela colidiu com um veículo e, em seguida, causou a morte do meu filho.”
No dia do acidente, Gabriel estava na garupa de uma motocicleta por aplicativo, voltando do trabalho, quando um micro-ônibus desgovernado o atingiu e o arrastou pela pista. Gabriel morreu na hora, e o motociclista que o conduzia ficou ferido. Na ocasião, a motorista do micro-ônibus alegou que o veículo perdeu o freio e que não conseguiu evitar a colisão.
Dona Ilka lembra com carinho do filho e do quanto ele era esforçado e querido por todos. “Eu não sou mais uma mulher 100%, apenas 70%, porque preciso viver para defender os direitos do meu filho. Ele foi educado para ser um grande homem. Trabalhou, estudou, estudou muito para chegar onde chegou como enfermeiro da rede pública e privada (...) Meu filho era um homem digno, honrado, um excelente filho. Então, eu vou gritar todos os dias até o fim da minha vida por conta do meu filho”, reforçou.
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