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Ana Amélia aceita ser vice de Alckmin, dizem dirigentes do PSDB

Por Portal Do Holanda

02/08/2018 19h39 — em
Brasil


Foto: Edilson Rodrigues/Agência Senado

BRASÍLIA — A senadora Ana Amélia (PP-RS) afirmou nesta quinta-feira que aceita ser vice do pré-candidato do PSDB à Presidência, Geraldo Alckmin, mas condicionou a decisão a ajustes no palanque no seu estado, o Rio Grande do Sul. Ela foi convidada pessoalmente por Alckmin, na quarta-feira, em encontro na sua residência.

— Minha aceitação depende de bater o martelo no estado — disse Ana Amélia.

O presidenciável estava no Rio de Janeiro quando recebeu, no início da noite, o "sim" da senadora para ser sua companheira de chapa. Ana Amélia comuniciou a aceitação do convite ao tucano por telefone.

— Será a decisão mais difícil da minha vida — disse Ana Amélia.

— Se fosse fácil, não te chamava (para a chapa) — respondeu Alckmin.

O acordo passa por uma nova aliança entre PSDB e PP no Rio Grande do Sul, já que os dois partidos tinham candidatos ao governo. Nesta quinta-feira, com o convite, o deputado Luís Carlos Heinze (PP) foi convencido a desistir a apoiar Eduardo Leite (PSDB). Heinze concorrerá ao Senado, na chapa do tucano.

Na noite desta quinta-feira, os dirigentes dos dois partidos se reuniram em Porto Alegre para tentar fechar o restante do acordo. O que faltava era a composição para a eleição proporcional, ou seja, para a eleição de deputados federais e estaduais. O PP quer a garantia de que terá espaço para eleger os seus candidatos.

Com o acerto, o PP passa a apoiar Alckmin no Rio Grande do Sul, onde antes o candidato do partido apoiava o candidato Jair Bolsonaro (PSL). O próprio Heinze, ao lado de Ana Amélia, disse que a partir de agora estava apoiando Alckmin. Assim, Bolsonaro perde um importante palanque no Estado, embora ainda tenha ao seu lado o deputado Onyx Lorezoni (DEM-RS).

Para aparar as arestas, Ana Amélia passou a tarde desta quinta-feira em seu gabinete, no Senado, com dirigentes do PP gaúcho e Heinze. O grupo fez até uma conferência viva voz com Eduardo Leite para fechar os principais pontos do acordo.

— Faltam aspectos da coligação proporcional — disse um dirigente do PP.

Na convenção do PP, realizada pela manhã, a senadora gaúcha foi assediada para tirar fotos com os correligionários, mas Alckmin não posou ao seu lado. Após o evento, o tucano disse que a questão não estava decidida, mas elogiou Ana Amélia

— Não tem nada decidido. Sempre tenho dito que essa é uma decisão até sábado, mas quero destacar as qualidades da senadora Ana Amélia, uma das melhores senadoras do Brasil, a força e a garra das mulheres. Vamos aguardar — disse Alckmin.

O comando do partido avisou a Alckmin que, se ela for a escolhida, será em "cota individual", e não entrará na divisão de cargos do partido.

No evento, Ana Amélia disse que estava refletindo sobre a sondagem, mas ressaltou que continuaria "independente".

— Há duas semanas, as pessoas vem conversando comigo sobre essas questões. São sondagens, não existe convite. Tenho que dar uma resposta ainda hoje. Continuo independente. Continuo tendo uma relação absolutamente respeitosa com o nosso presidente Ciro Nogueira. Isso é uma questão não de disciplina, mas de respeito mútuo — disse Ana Amélia.

Alckmin manifestou mais de uma vez durante a pré-campanha o desejo de ter uma mulher como vice. Em um evento fechado com empresários em São Paulo ele convidou, em tom de brincadeira, a empresária Luiza Trajano, dona da rede de varejo Magazine Luiza, para a vaga.

Ana Amélia tinha a preferência de Alckmin entre as opções cogitadas nos últimos dias, após a recusa do empresário Josué Gomes (PR) para a vaga. A senadora tem influência junto a ruralistas, setor em que o tucano perdeu espaço para o adversário Jair Bolsonaro (PSL).

Com base eleitoral no Rio Grande do Sul, a chegada da senadora na chapa também alimenta expectativas do pré-candidato de melhorar sua performance na Região Sul, que já foi um reduto seguro de votos para o PSDB, mas neste ano enfrenta a concorrência de Bolsonaro e do ex-tucano Álvaro Dias, pré-candidato pelo Podemos. (Colaborou Silvia Amorim)

 


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O Portal do Holanda foi fundado em 14 de novembro de 2005. Primeiramente com uma coluna, que levou o nome de seu fundador, o jornalista Raimundo de Holanda. Depois passou para Blog do Holanda e por último Portal do Holanda. Foi um dos primeiros sítios de internet no Estado do Amazonas. É auditado pelo IVC e ComScore.

ASSUNTOS: Alckmin, ana amélia, Eleições 2018, Brasil

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