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Após nova rebelião, presos ocupam telhado da prisão onde 26 foram mortos

Por Portal Do Holanda

16/01/2017 9h26 — em
Policial


Foto: Reprodução

NATAL — Presos da Penitenciária Estadual de Alcaçuz, na região metropolitana de Natal continuam nesta segunda-feira em cima do telhado da cadeia, como aconteceu no sábado. Com pedaços de pau, eles caminham livremente e gritam ameaças, apesar de o governo ter anunciado no domingo o fim da rebelião. O Grupo de Operações Especiais (GOE), da Secretaria de Justiça e Cidadania (Sejuc) vai ao local fazer a revista.

Presos da facção "Sindicato RN" cobram a saída de todos os membros do PCC, que teriam matado membros de facção rival no final de semana. Segundo os detentos, o número de mortos é superior ao divulgado pelo governo do estado. Eles contam que há mais corpos em valas e fossas do presídio.

A principal reivindicação é que os detentos do PCC, que estão no pavilhão 5, sejam transferidos para outras unidades prisionais. Os presos das duas facções estão trocando ameaças dentro do presídio e, segundo relatos iniciais, os presos do PCC ameaçam invadir o pavilhão 1.

O diretor da Coordenadoria de Administração Penitenciária (Coape), ligada à Secretaria de Estado de Justiça e Cidadania (Sejuc/RN), Zemilton Silva, disse que a situação em Alcaçuz ainda não é considerada rebelião, mas que presos do pavilhão 5, onde existem cerca de 400 homens do Primeiro Comando da Capital (PCC), estão trocando ameaças com os do pavilhão 1, que abriga cerca de 200 apenados filiados ao "Sindicato do RN", facção rival.

- Os agentes penitenciários deixaram a parte interna do presídio, e o GOE está indo ao local para controlar a situação, mas ainda não consideramos rebelião.

 

Em retaliação às mortes de Alcaçuz, detentos do Presídio Provisório Raimundo Nonato, chamado de Cadeia Pública de Natal, se rebelaram na madrugada desta segunda-feira. Segundo o diretor da unidade, Alxsandro Coutinho, a agitação dos presos começou por volta das 3h, mas foi controlada já no início da manhã. Superlotado, o presídio abriga 550 apegados, mas a capacidade é para 166 presos.

A rebelião em Alcaçuz deixou, além de 26 mortos, um rastro de destruição na unidade. O local, que já estava com as celas destruídas e os detentos soltos nos pavilhões, precisará passar por nova reforma para recuperação. O governo do Estado começará a discutir a situação nesta segunda-feira. A expectativa é que a primeira intervenção ocorra no pavilhão Rogério Coutinho Madruga, o chamado pavilhão 5, de onde saíram os presos que iniciaram a rebelião do sábado.

Após as rebeliões de 2015, quando a maioria das unidades prisionais do Rio Grande do Norte ficou destruída, o governo do Estado precisou gastar mais de R$ 15 milhões na recuperação das unidades. Alcaçuz, que foi o presídio mais afetado, recebeu a maior parte dos recursos, que ainda não foram suficientes para a recuperação completa. Agora, um novo estudo será feito para a análise da estrutura.

A expectativa é que o secretário de Infraestrutura do Rio Grande do Norte, Jader Torres, participe de reunião com representantes da Secretaria de Justiça e Cidadania hoje para discutir possíveis datas para a vistoria no presídio. Somente após a análise será possível ter a real dimensão sobre a destruição e iniciar a preparação para uma licitação e contratar empresa que realizará obras.


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ASSUNTOS: rebeliao, Rio Grande do Norte, rn, Policial

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