Manaus/AM - Antônia Assunção, 60, mãe da policial do Batalhão Ambiental, Deusiane Pinheiros, assassinada dentro de uma base militar há 10 anos, relatou nesta manhã (29), que foi ameaçada pelo suspeito do crime, o cabo Elson dos Santos Brito, dentro do fórum, em uma das audiências do caso.

"Ele entrou armado com um punhal dentro do fórum, puxou o punhal e mostrou três vezes para mim e para aminha filha. Nós estávamos lá e ele tentando me intimidar, mas ele não vai me intimidar", desabafa.

A idosa conta que no decorrer dos anos, enquanto aguardava pelo julgamento, sofreu inúmeras perseguições e chegou a ficar prisioneira dentro da própria casa porque Elson teria mandado pessoas rondaram o local a fim de intimidá-la.
"Eu fui intimidada muitas vezes, porque eu sei que se não é ele que ronda minha casa, é ele quem manda. Ele foi promovido três vezes, ele tem dinheiro para pagar gente para mandar rondar. Ainda essa semana tinha carro lá, rondando a minha casa. É inadmissível que eu seja prisioneira e o assassino fique solto, sendo promovido".  

A idosa aproveitou para fazer um apelo à Justiça e pediu que o caso não fique impune e que tanto Elson quanto os demais PMs que supostamente o ajudaram a alterar a cena do crime para simular o suicídio de Deusiane, sejam condenados.

"Eu espero que eles saiam daqui condenados. Espero em Jesus que a justiça seja feita, que esses militares que forem julgar eles tenham o Espírito Santo e que ele ilumine eles para que façam justiça. Quem perdeu a minha filha fui eu (...) Eu peço a todo mundo que me ajude em oração para que ele saia daqui condenado".

Deusiane foi encontrada morta com um tiro no dia 1º de abril de 2015, dentro da base flutuante do Batalhão Ambiental da Polícia Militar, no bairro Tarumã, Zona Oeste da capital. Na época, ela havia terminado um relacionamento com Elson e já vinha sofrendo ameaças por parte dele por saber de uma série de irregularidades e crimes que o mesmo cometia, segundo a família da vítima.