Ex-secretários veem risco de reação no AM após megaoperação contra o CV
Manaus/AM - A megaoperação policial no Rio de Janeiro, que resultou na morte de líderes do Comando Vermelho (CV), soa como um alarme para a segurança pública do Amazonas, devido à conexão direta entre os alvos no Rio e o controle criminoso no estado do norte.
Ex-secretários afirmam que membros do CV de Manaus abatidos no Rio possivelmente comandavam ações no Amazonas a partir do complexo do Alemão, tornando o estado parte integrante do "coração" operacional da facção.
O Amazonas é peça fundamental no esquema do Comando Vermelho devido ao controle da "Rota do Solimões". Esta via fluvial é estratégica para o tráfico internacional, conectando os produtores de cocaína da tríplice fronteira (Brasil, Peru e Colômbia) aos grandes centros consumidores do país. Os rios da Amazônia, como o Solimões e o próprio Amazonas, são utilizados em larga escala para escoar drogas, armas e violência para outras regiões.
Reorganização e Impacto Local - A morte de lideranças gera um efeito imediato na estrutura da facção no Amazonas. Em conversa com o Amazonas Atual, o coronel Amadeu Soares explicou que o CV recompõe rapidamente seu comando, o que mexe com toda a dinâmica do crime local. Uma nova liderança é alçada e precisa montar sua equipe, criando um período de instabilidade e reacomodação de forças que exige atenção redobrada das autoridades.
Hegemonia e Risco de Conflito - Atualmente, o CV é hegemônico no Amazonas, controlando praticamente 100% das operações criminosas. Essa dominância, segundo o coronel Walter Cruz, reduz o risco imediato de represálias ou guerra de facções no estado, pois não há grupos rivais significativos para disputar território. No entanto, o alerta permanece devido à importância estratégica da região para o fluxo financeiro e logístico da organização.
O episódio no Rio evidencia a urgência de uma ação estruturada e integrada no Amazonas. Especialistas cobram prioridade das três esferas de governo para bloquear a rota fluvial e combater a exportação de drogas e violência.
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