Secretário de Segurança exalta operação no Rio que prendeu traficantes do Amazonas
Manaus/AM - O Secretário de Segurança Pública do Amazonas, Vinicius Almeida, exaltou nesta quinta-feira (30) — durante coletiva sobre a apreensão de barras de ouro — a megaoperação policial no Rio de Janeiro na terça-feira (26), que deixou mais de 100 mortos e 133 presos, incluindo traficantes do Amazonas.
O Secretário confirmou que a inteligência do Amazonas está em alinhamento com o Rio de Janeiro e deve enviar profissionais para acompanhar de perto os desdobramentos. Paralelamente, ele afirmou que o governador Wilson Lima coordenou pessoalmente as ações em Manaus na noite de ontem (29) para garantir a normalidade no Estado.
Vinicius Almeida levantou um questionamento sobre a presença de criminosos de outros estados, inclusive do Amazonas, no Rio de Janeiro, apontando a fragilidade do sistema penal.
"O grande questionamento que nós temos que fazer é o porquê que, por exemplo, nós tivemos, no dia de ontem, 15 presos foragidos da Bahia, cinco presos foragidos do Pará, um preso de Pernambuco, um preso do Espírito Santo e mais um... Foram um total de 23 presos. Da mesma forma que nós temos foragidos do Amazonas, que estão, tanto na Penha, quanto no Alemão [no Rio de Janeiro]" declarou.
O Secretário afirmou que todos esses indivíduos foram presos em algum momento pelo sistema de segurança do Amazonas e criticou o Judiciário.
"Por que que foram presos e estão soltos? Leis que permitem isso, infelizmente. Eu vi um caso, e aqui eu vou citar o nome, por exemplo, do Coquinho, que foi preso no Rio de Janeiro, tá? E conseguiu ser solto de um presídio federal com três determinações de prisão que ele tinha, as três caíram no mesmo dia. E foi solto pela porta da frente. E está solto até hoje."
"Por que que esses foragidos de todos os estados, inclusive do Amazonas, estão no Rio de Janeiro? Porque a DPF, que foi quem determinou que as polícias do Rio não pudessem agir nas favelas, transformou a favela em verdadeiros condomínios do narcoterrorismo", afirmou.
O Secretário defendeu a atuação do Governo do Rio de Janeiro: "Esses narcoterroristas, eles moram naqueles locais de maneira paga, não se mudam, eles não estão ali por favor, eles pagam pela proteção que tem ali. E ontem nós vimos a coragem do estado do Rio de Janeiro em enfrentar esse narcoterrorismo."
Para o Secretário, a solução para a criminalidade passa pela intervenção e coordenação federal, especialmente no controle de fronteiras. "Isto expõe, na verdade, o que vem sendo dito por nós há muito tempo: que para vencer essas organizações criminosas, precisa de uma coordenação federal. [...] A droga não é produzida aqui. A droga é produzida aqui nos países vizinhos, no Peru, na Colômbia. E a proteção das fronteiras não é responsabilidade do estado."
Almeida aproveitou para defender o trabalho realizado no Amazonas, destacando o alto custo e a dedicação do Estado em iniciativas como as bases Anzol para controle fluvial e os resultados em apreensão de drogas: 43 toneladas no ano passado e mais de 37 toneladas já apreendidas neste ano.
Ao concluir sua fala, o Secretário expressou solidariedade aos quatro agentes de segurança do Rio de Janeiro que foram mortos durante a operação: "Quero deixar aqui registrado a nossa solidariedade do sistema de segurança do Amazonas, [...] deixar a nossa solidariedade, os nossos sentimentos aos dois policiais militares e aos dois policiais civis lá do Rio de Janeiro, que tombaram defendendo o povo, não só do Rio, mas o povo brasileiro."
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