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Trump diz que nunca teve o 'privilégio de ir' à ilha de Jeffrey Epstein

Por Folha de São Paulo

29/07/2025 19h15 — em
Mundo



SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS) - O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, afirmou que nunca teve o "privilégio de ir" à ilha de Jeffrey Epstein, referindo-se ao local que teria sido usado pelo magnata para traficar meninas menores de idade.

As declarações ocorrem em um momento em que o republicano tenta negar a sua relação com Epstein —os dois conviveram por anos— e está sendo pressionado pela sua base de apoiadores para divulgar todos os documentos relacionados à investigação do caso.

"Nunca tive o privilégio de ir à ilha dele, e eu recusei o convite. Mas muitas pessoas em Palm Beach foram convidadas. Em um dos meus melhores momentos, eu recusei", afirmou Trump a jornalistas na segunda-feira (28) em Turnberry, na Escócia.

Sem apresentar provas, ele disse que o ex-presidente Bill Clinton viajou à ilha 28 vezes. Trump afirmou ainda que Larry Summers, secretário do Tesouro no governo do democrata, também visitou o local em várias ocasiões.

Epstein possuía duas ilhas nas Ilhas Virgens Americanas, onde ele levava amigos famosos e da alta sociedade e foi acusado de traficar menores para exploração sexual.

Trump disse ter rompido a relação com Epstein e o proibido de frequentar seu clube Mar-a-Lago, na Flórida, por supostamente ter contratado pessoas que trabalhavam para ele. "Ele roubou pessoas que trabalhavam para mim. Eu disse: 'Nunca mais faça isso'. Ele fez de novo. E eu o expulsei do lugar, 'persona non grata'. Eu o expulsei. E foi isso", afirmou o presidente na segunda.

O presidente americano também afirmou que seu nome pode ter sido incluído de forma fraudulenta nos arquivos relacionados ao caso Epstein. Sem provas, ele sugeriu que seu antecessor na Casa Branca, Joe Biden, e ex-integrantes do alto escalão do governo, incluindo o ex-secretário de Justiça Merrick Garland e o ex-diretor do FBI James Comey, manipularam os documentos.

Ao ser questionado sobre o seu nome supostamente aparecer diversas vezes nos arquivos da investigação sobre o caso, Trump disse que a história é uma farsa.

Segundo a imprensa americana, Trump teria sido informado pelo Departamento de Justiça americano, em maio, de que seu nome aparece diversas vezes nos arquivos da investigação, diferentemente do que o republicano vem afirmando.

Trump disse ainda que, caso houvesse algo relevante, as informações já teriam vindo a público. "O caso todo é uma farsa. Eu estava concorrendo contra alguém que controlava esses arquivos. Se eles tivessem algo, já teriam divulgado."

Ironicamente, alas mais à esquerda do Partido Democrata fizeram o mesmo questionamento, perguntando-se o motivo de Garland e Biden não terem divulgado a menção a Trump nos arquivos quando estavam no poder, sugerindo que isso poderia ter garantido a derrota do republicano nas eleições de 2024.

A menção a Trump nos registros, por si só, não indica irregularidades ou envolvimento em atividades ilícitas. Em divulgações anteriores de materiais relacionados ao caso, o nome de Trump já havia aparecido, além de menções à família do republicano, uma vez que ele conviveu com Epstein por anos.

Segundo autoridades ouvidas pelo jornal americano The Wall Street Journal, a secretária de Justiça, Pam Bondi, e seu subsecretário, Todd Blanche, comunicaram ao presidente que os arquivos continham o que ambos consideravam "boatos não verificados" sobre muitas pessoas, inclusive Trump.

Epstein, acusado de tráfico de pessoas e abuso sexual de menores de idade, foi preso em julho de 2019 e se suicidou dentro da cadeia em Nova York.

O episódio gerou uma série de teorias da conspiração sugerindo que ele teria sido assassinado devido a interesses de poderosos que desejavam esconder sua relação com o esquema de pedofilia e exploração sexual de menores.


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