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Sunak convoca eleições no Reino Unido para julho, e rei aceita dissolução do Parlamento

Por Folha de São Paulo

22/05/2024 15h08 — em
Mundo



SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS) - O primeiro-ministro do Reino Unido, Rishi Sunak, anunciou nesta quarta-feira (22) que as próximas eleições legislativas do país serão realizadas daqui a pouco mais de um mês, em 4 de julho.

A data é bastante anterior ao prazo final para a convocação do pleito, de janeiro de 2025.

Analistas afirmam que trata-se de um gesto ousado do premiê, que em levantamento recente da YouGov recebeu avaliação negativa de mais de 70% da população.

Ao realizar as eleições agora, ele estaria apostando que boas novas recentes na economia —como a queda da inflação e a aceleração do ritmo de crescimento do país, o maior em quase três anos— podem reverter o favoritismo do Partido Trabalhista nas urnas.

A sigla da oposição aparece com cerca de 20 pontos percentuais à frente da legenda do primeiro-ministro nas pesquisas de opinião. Sua vitória significaria o fim de um período de 14 anos dos conservadores no poder.

Ao divulgar a data das eleições, Sunak afirmou que já solicitou também a dissolução do Parlamento ao rei Charles 3º, que teria aceitado o pedido. A dissolução ocorre em 30 de maio —as eleições gerais se dão 25 dias úteis depois.

Sunak, 44, fez o anúncio em frente à residência oficial do governo britânico, o número 10 da Downing Street, em Londres, sob uma chuva torrencial.

Lutando para ser ouvido em meio aos cantos de manifestantes do Partido Trabalhista, ele listou não só as conquistas de seu período enquanto premiê, como também como ministro das Finanças.

"Agora é a hora de o Reino Unido escolher seu futuro", disse o premiê. " Nas próximas semanas, lutarei por cada voto. Ganharei sua confiança e provarei que só um governo conservador liderado por mim não colocará em risco a estabilidade econômica conquistada a duras penas."

O primeiro-ministro ainda atacou diretamente o líder do Partido Trabalhista, Keir Starmer, dizendo que ele sempre "optava pela via mais fácil" e não tinha um plano de governo estruturado. "O futuro não será nada além de incerto com eles", declarou.

Sunak assumiu a liderança do governo em outubro do ano retrasado. Desde então, seus esforços para defender sua agenda —que inclui, entre outros, um controverso plano para enviar migrantes em situação irregular para Ruanda, na África— têm sido em grande medida em vão.

Além da impopularidade, ele ainda enfrenta um grande isolamento no próprio partido, e ao que tudo indica dependerá de uma reduzida equipe de assessores para guiá-lo durante a campanha.

Na prática, ambos os partidos Conservador e Trabalhista já deram início a suas campanhas eleitorais.

Sunak e seu governo alegam que a oposição é despreparada e deseja aumentar os impostos. Os trabalhistas, por sua vez, acusam os conservadores de terem impedido a estabilização política necessária para que as empresas crescessem com suas administrações caóticas em série —desde as últimas eleições legislativas, três conservadores já assumiram o cargo de primeiro-ministro, sendo um deles, Liz Truss, por menos de dois meses.


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