Refrigerante zero eleva mais o risco de doença no fígado que versões comuns
Um estudo britânico com mais de 120 mil pessoas apontou que tanto refrigerantes açucarados quanto as versões zero ou diet aumentam o risco de desenvolver gordura no fígado. Mas, segundo os cientistas, o impacto das bebidas "zero açúcar" foi ainda maior: quem consumia mais de uma lata por dia teve um aumento de 60% no risco de doença hepática metabólica (MASLD), enquanto o refrigerante tradicional elevou esse risco em 50%.
Os pesquisadores acompanharam os participantes por mais de dez anos e registraram o consumo pelas respostas a questionários alimentares. Durante esse período, mais de 1.100 pessoas desenvolveram a doença e 108 morreram por causas ligadas ao fígado. O estudo também mostrou que apenas os refrigerantes zero e diet foram associados a maior risco de morte relacionada ao órgão.
Perigos - Segundo os autores, o açúcar dos refrigerantes tradicionais favorece picos de glicose, ganho de peso e acúmulo de gordura. Já os adoçantes presentes nas versões zero podem alterar a microbiota intestinal, estimular a liberação de insulina e aumentar o desejo por doces, o que também contribui para o acúmulo de gordura no fígado. Por isso, embora as causas sejam diferentes, ambos os tipos de bebida trazem risco aumentado — e o zero aparece com impacto ligeiramente maior nos dados analisados.
Substituição - O estudo conclui que substituir qualquer refrigerante por água reduz de forma consistente o risco de MASLD: 12,8% quando a troca é feita no lugar das versões tradicionais e 15,2% no caso das bebidas zero e diet. Já trocar refrigerante zero pelo tradicional — ou o contrário — não reduziu o risco em nenhum cenário. Para os pesquisadores, a recomendação mais segura continua sendo a mesma: preferir água e limitar o consumo de qualquer tipo de refrigerante.
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