O hacker Silvonei José de Jesus Souza, que tentou extorquir a primeira-dama Marcela Temer em abril do ano passado após invadir seu celular, afirmou ter provas contra Michel Temer e prometeu 'jogar o nome' do presidente "na lama" caso não lhe fossem entregues os 300 mil reais que ele pedia para não divulgar o arquivo. Em outubro de 2016, Silvonei foi condenado a 5 anos e 10 meses de prisão por estelionato e extorsão, e segue preso em Tremembé (SP).

A prova em questão, segundo o hacker, é um áudio enviado por Marcela ao irmão, Karlo Augusto Araújo, em que Marcela afirmaria que Temer tem um "marqueteiro que faz a "parte baixo nível". Conforme a "Folha", o marqueteiro citado é Arlon Viana, assessor de Temer.

Na conversa com Marcela Temer, Silvionei pede o dinheiro e afirma que tem uma lista de repórteres que pagariam R$ 100 mil cada pelo material. Marcela chegou a responder a mensagem afirmando que aquela não era a voz dela: 

"Você acha que isso prejudicaria alguém? Então, você quer dinheiro por causa desse áudio?". Ela afirmou ainda ser "do bem" e que o áudio era "montagem". O hacker responde: "Sabe q não é montagem, não tem cortes. É a sua voz se identificando que estudava no Porfírio. Não existe como fazer montagem assim", replicou Silvonei.

Momentos depois de publicada a reportagem sobre o áudio na Folha, o juiz Hilmar Castelo Branco Raposo Filho, de Brasilia, decidiu atender ao pedido de Marcela Temer ordenando que os jornais não publique, quaisquer dados obtidos no celular da primeira dama sob pena de multa de R$ 50 mil por dia. 

No processo contra Silvionei, o nome de Temer, Marcela e seu irmão foram trocados por "Tango", "Mike"  e "Kilo", na tentativa de manter o sigilo o caso. As fotos íntimas de Marcela e sua família são mencionadas mas o áudio é o objeto principal de preocupação.  Na época, uma força-tarefa com cinco delegados, 25 investigadores e 3 peritos foi criada pela Polícia Civil de São Paulo para prender o hacker.