Variante EG.5 da Covid é confirmada no Brasil
Em um comunicado divulgado nesta sexta-feira (18), o Ministério da Saúde confirmou a detecção de um caso envolvendo a variante EG.5 do coronavírus SARS-CoV-2 no estado de São Paulo. A paciente, uma mulher de 71 anos, apresentou sintomas iniciais em 30 de julho e já se recuperou totalmente, conforme informado pelo Centro de Informações Estratégicas em Vigilância em Saúde (Cievs).
De acordo com a Agência Brasil, a paciente teve febre, tosse, fadiga e dor de cabeça, e realizou um teste em 8 de agosto. O ministério ressalta que a paciente havia concluído o esquema completo de vacinação.
O ministério destaca a importância crescente da vacinação como defesa primária contra a COVID-19, especialmente à luz das doses de reforço atualizadas para prevenção da doença. Para indivíduos em grupos de alto risco, o uso de máscaras durante situações de exposição aumentada continua sendo crucial.
"Desde o fim da emergência, decretado pela Organização Mundial da Saúde (OMS) em maio deste ano, ainda se mantém a recomendação para que os grupos de maior risco de agravamento pela doença continuem a seguir as medidas de prevenção e controle não farmacológicas, incluindo o uso de máscaras em locais fechados, mal ventilados ou aglomerações, além do isolamento de pacientes infectados com o vírus SARS-CoV-2. A recomendação também vale para pessoas com sintomas gripais", explicou o Ministério da Saúde.
O ministério acrescentou que mantém uma comunicação contínua com a Organização Pan-Americana da Saúde (OPAS) e a Organização Mundial da Saúde para avaliar o cenário internacional e as novas subvariantes.
Para mitigar a progressão da doença, o antiviral nirmatrelvir/ritonavir é disponibilizado gratuitamente em toda a rede de saúde pública (SUS) para tratamento precoce após o surgimento de sintomas e confirmação positiva do teste.
Aumento de Casos Na última segunda-feira (14), a OMS relatou aproximadamente 1,5 milhão de novos casos de COVID-19 em todo o mundo entre 10 de julho e 6 de agosto, marcando um aumento de 80% em relação ao período anterior. Por outro lado, as mortes tiveram uma diminuição de 57%.
Esse aumento nos casos é atribuído à nova variante, que já havia sido verificada em 51 países. Essa variante apresenta uma maior transmissibilidade e evasão imunológica, o que pode levá-la a dominar o cenário epidemiológico global. Apesar dessas características, a OMS classificou a EG.5 como uma variante de interesse com baixo risco para a saúde pública global, pois não resultou em mudanças no padrão de gravidade da doença (hospitalizações e mortes).
Os dados demonstram que, embora diversos países tenham relatado redução de novos casos de COVID-19 e mortes, o leste da Ásia e a Oceania registraram um aumento de novas infecções em meio a uma diminuição nas mortes.
Apesar da confirmação dessa nova variante no Brasil, o Boletim Infogripe da Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz) indicou hoje (17) que o cenário brasileiro aponta para estabilização ou declínio nos casos de síndrome respiratória aguda grave causada por COVID-19.
Marcelo Gomes, coordenador do InfoGripe, recomenda que os estados mantenham os protocolos de coleta e envio de amostras para facilitar a vigilância genômica do SARS-CoV-2 em todo o território nacional.
"A situação atual ainda é de certa tranquilidade, mas isso não muda o fato de que a população deve estar em dia com a vacinação para covid. Os dados continuam mostrando que a vacina oferece uma proteção muito boa, especialmente para as formas graves da enfermidade", explica Gomes.
ASSUNTOS: Brasil