Pastores são presos em Belém por maus-tratos e morte de fiel

A Polícia Civil do Pará decretou a prisão preventiva da pastora Marleci Ferreira de Araújo e de seu marido, Ronnyson dos Santos Alcantara, acusados de submeter uma mulher a maus-tratos físicos e psicológicos que teriam resultado na morte da vítima.
As investigações tiveram início em 15 de maio, após denúncias sobre as condições de vida de Flávia (identidade da vítima mantida em sigilo), que residia com o casal. As informações indicavam que a mulher era obrigada a realizar trabalhos domésticos e apresentava sinais de desnutrição.
No mesmo dia, policiais foram à residência e encontraram Flávia visivelmente debilitada e em estado de magreza extrema. Apesar da condição aparente, ela negou as acusações, alegando amizade com o casal e ser vítima de intolerância religiosa por parte de sua própria família.
Diante dos fatos e da situação precária de moradia constatada em uma inspeção no local, que também revelou indícios de possível alienação emocional, o casal foi detido preventivamente. Durante a prisão, foram realizadas buscas e apreensões na residência dos investigados. Tanto a pastora quanto o marido negaram as acusações. A defesa informou que não se manifestará no momento, pois não teve acesso aos autos, que correm em segredo de justiça.
Depoimentos de familiares da vítima confirmaram a situação de violência psicológica à qual Flávia estaria sendo submetida.
A Polícia Civil foi informada em 19 de junho sobre o falecimento da vítima. O laudo médico indicou desnutrição grave como causa da morte.
De acordo com o boletim de atendimento hospitalar, Flávia foi levada ao Pronto Socorro Municipal (PSM) do Guamá pelo casal, que se apresentou como "vizinhos" e a deixou no local sem documentos. Após serem informados pela assistente social sobre a necessidade de registrar uma ocorrência devido à suspeita de morte por maus-tratos, o casal teria fugido do hospital.

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