- O rendimento aeróbio depende de diversos fatores determinantes, dentre eles o consumo máximo de oxigênio, limiares relacionados a resposta de lactato sanguíne, ao exercício e eficiência muscular. Durante o exercício a demanda energética do músculo esquelético aumenta consumindo uma maior quantidade de ATP, entretanto, os estoques de ATP são limitados e por isso o organismo precisa se adaptar. Ele faz isso através de três processos, sendo que um deles é o sistema anaeróbio (não há oxigênio envolvido na produção de ATP) dividido em lático e alático. O primeiro realiza a quebra de creatina fosfato e de ATP já presentes no músculo e, o segundo, indica a combustão parcial da glicose. A quebra dessas duas moléculas gera o ácido lático que será convertido a lactato. No início de um exercício de baixa intensidade esses sistemas contribuem em grande parte pela produção de ATP até que haja uma estabilidade alcançada pelo metabolismo aeróbio. Já em um exercício de alta intensidade essa estabilidade não é alcançada contribuindo para a fadiga muscular. Um dos possíveis mecanismos para a existência dessa fadiga é o acúmulo de lactato e de íons de hidrogênio provenientes do metabolismo anaeróbio. Mas, alguns estudos mais recentes vêm desafiando essa hipótese, visto que o acúmulo desses metabólitos pode aumentar a força de contração, entretanto, esses achados contém falhas experimentais. O lactato pode ser convertido em piruvato para ser oxidado na mitocôndria ou pode ser transportado para outros locais os quais podem utilizá-lo para produzir energia aerobicamente ou para repor os estoques de glicogênio, poupando os estoques energéticos da musculatura. Portanto, a culpa da fadiga muscular não pode ser totalmente atribuída ao acúmulo desse metabólito. Referência: CAPUTO, F. et al. Exercício aeróbio: aspectos bioenergéticos, ajustes fisiológicos, fadiga e índices de desempenho. Rev Bras Cineantropom Desempenho Hum, v.11, n.1, p.94-102, 2009. Por Joyce Rouvier