A tragédia do bolsonarismo
Ao avalizar as tarifas impostas pelos EUA a produtos brasileiros, e sugerir que elas poderiam não ser aplicadas em caso de anistia, dele próprio e dos demais acusados da trama de golpe, Bolsonaro comprometeu todo o grupo político que o seguia. Isso de Norte a Sul, inviabilizando eleitoralmente pré-candidaturas ao governo e ao Senado, especialmente em estados onde a direita avançava em meio a um eleitorado que mudava radicalmente, ao tempo em que e se posicionava contra uma esquerda atrasada sob a liderança terminal de Lula da Silva.
De repente, o ex-presidente deixou de ser a vítima do sistema para se transformar em vilão; de perseguido em perseguidor, ao lado de Trump, com a marreta estendida sobre um País que resolveu reagir.
Pior, acelerou a denúncia contra ele e o grupo do chamado "núcleo do golpe", feita ontem ao STF pela Procuradoria Geral da República.
O estrago é econômico, mas também é político. O ex-presidente se tornou tóxico para todos aqueles que buscavam seu apoio para 2026.
Não haverá 2026 para o bolsonarismo. Mas seria muito bom se não houvesse também para o petismo.
ASSUNTOS: bolsonarismo, Bolsonaro, eleiçoes 2026, Lula, tarifas, Trump
Raimundo de Holanda é jornalista de Manaus. Passou pelo "O Jornal", "Jornal do Commercio", "A Notícia", "O Estado do Amazonas" e outros veículos de comunicação do Amazonas. Foi correspondente substituto do "Jornal do Brasil" em meados dos anos 80. Tem formação superior em Gestão Pública. Atualmente escreve a coluna Bastidores no Portal que leva seu nome.