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Sobre o sumiço de 500 quilos de drogas e a prisão de Pms em Manaus


Por Raimundo de Holanda

16/02/2024 20h20 — em
Bastidores da Política


  • Chegou a hora de deixar de enxugar gelo.Polícia é Polícia. Traficante é traficante. Esses são papéis que não podem ser invertidos…

A Secretaria de Segurança do Amazonas apreendeu cerca de 7 toneladas  de drogas somente este ano. É um número alto, que demonstraria a eficácia da estratégia de combate ao tráfico,  não fosse o desvio de 500 quilos da mesma droga por policiais militares. Os pms foram presos, mas a polícia não revela o fim dado a meia tonelada de entorpecentes.

Não deixa de ser uma tentação para maus policiais ver tanta droga armazenada à espera de um juiz que determine sua incineração, embora nada justifique esse desvio de conduta que transforma agentes da lei em aliados do crime organizado.

Também é de se estranhar a facilidade com que 500 quilos de drogas deixam um depósito da polícia e ganham as ruas, o que indica que pode haver mais policiais envolvidos. 

Para não permitir que o sistema apodreça de vez, rompendo a fronteira que separa agentes da lei e criminosos, o governo deve, urgentemente,  fazer ajustes na área de segurança.  Afinal, há precedentes que apontam para um processo de degeneração que precisa ser contido…

Em 2021, o traficanfte Edmar Ferreira e três policiais civis foram presos durante uma festa em Manacapuru. Eles comemoraram o roubo de drogas de outros traficantes, cuja carga era vendida a Edmar. 

Em 2022 seis PMS foram presos em Tefé suspeitos de envolvimento com o tráfico de drogas. Isso fora a participação de policiais em tráfico e contrabando de ouro, caso que resultou na demissão de um secretário de inteligência do governo do Amazonas.

Portanto, parece ter chegando a hora de deixar de enxugar gelo. Polícia é Polícia. Traficante é traficante. Esses são papéis que não podem ser invertidos…

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ASSUNTOS: Manaus, PMS E DROGA, PMS PRESOS, Tráfico de drogas

Raimundo de Holanda é jornalista de Manaus. Passou pelo "O Jornal", "Jornal do Commercio", "A Notícia", "O Estado do Amazonas" e outros veículos de comunicação do Amazonas. Foi correspondente substituto do "Jornal do Brasil" em meados dos anos 80. Tem formação superior em Gestão Pública. Atualmente escreve a coluna Bastidores no Portal que leva seu nome.