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Quando o juiz entende que vale a palavra da vítima. É justiça?


Por Raimundo de Holanda

19/06/2025 19h50 — em
Bastidores da Política



Há  muitas prisões em razão de denúncias de racismo e homofobia. Nestes casos ou na maioria deles, vale tanto para a polícia como para os juízes a versão da vítima. Ai reside atalhos negativos da lei e muita injustiça.

Em 2019, o Supremo Tribunal Federal decidiu que a homofobia deve ser punida com base na Lei do Racismo. A decisão veio na ADO 26 e no Mandado de Injunção 4733, nos quais se reconheceu que o Congresso foi omisso por não aprovar uma lei específica sobre o tema.

Essa decisão abriu caminho para outra ampliação: agora, a Corte também reconhece que injúrias homofóbicas são crime racial, tornando essas condutas inafiançáveis.

E tudo isso sem uma linha do texto aprovado pelo Congresso, com o Judiciário legislando numa afronta a separação de poderes.

O mais trágico é que tudo piorou. Agora essa ampliação penal está sendo aplicada sem o filtro necessário. 

Um caso recente em São Paulo mostra isso com clareza: uma mulher de 61 anos foi presa em flagrante por injúria racial após discutir com um homem que integra o movimento LGBT em uma cafeteria.

Segundo relatos, houve provocação mútua, insultos de parte a parte, filmagens, exposição pública.

E agora ela responderá como criminosa por ter revidado a agressão verbal com um xingamento.

Nada justifica o uso de palavras ofensivas, mas é preciso perguntar: ela agiu movida por ódio ou reagiu impulsivamente a um conflito acalorado?

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ASSUNTOS: HOMOFOBIA, RACIISMO

Raimundo de Holanda é jornalista de Manaus. Passou pelo "O Jornal", "Jornal do Commercio", "A Notícia", "O Estado do Amazonas" e outros veículos de comunicação do Amazonas. Foi correspondente substituto do "Jornal do Brasil" em meados dos anos 80. Tem formação superior em Gestão Pública. Atualmente escreve a coluna Bastidores no Portal que leva seu nome.