Presença de Wilson Lima no interior incomoda 'cacique' e pode fortalecer direita
Estimulado por uma poderosa máquina, o governador Wilson Lima pisa em território marcadamente "braguista" no interior do Amazonas.
A presença do governador, justificada pela cheia dos rios e pela necessidade de expandir as ações de seu governo, tem um componente eleitoral: Wilson é pré-candidato ao Senado e sua presença quase semanal nos municípios anima um eleitorado que vinha se sentindo excluído e ressentido, o que de certa forma o mantinha cativo ao senador ( que vem se "apropriando" de projetos federais de assentamento, abertura de ramais e construção de casas).
Como o dinheiro começa a escassear, por causa da crise fiscal, os projetos que Braga vende como seus podem parar.
Independentemente da escassez de recursos federais, a presença de Wilson muda o jogo político e divide um eleitorado que contribuiu de forma decisiva para dois mandatos de Eduardo Braga.
O terceiro, depende das mexidas do governador, e até que ponto seu poder de persuasão pode romper os currais eleitorais montados pelo cacique do MDB.
Se o eleitorado se dividir, como parece ser a intenção de Wilson, as chances da direita eleger dois senadores em 2026 cresce muito.
A ideia passada por aqueles que vivem o drama das cheias é que o senador Braga poderia fazer muito mais. Entretanto, diante das tragédias cíclicas vividas pelo interiorano, faz pequenos gestos, como quem, inconscientemente, entrega âncoras para quem enfrenta o perigo de se afogar, enquanto Wilson chega com boias salva-vidas - cestas básicas, roupas, água tratada...
É um divisor de águas, onde há muita água e falta de esperança, mas é um ciclo que muda, liderado por gente com mais poder, mais ideias, mais atenta aos anseios da população.
Um novo velho tempo, mas uma mudança nas ações de governo e nos hábitos do eleitorado..
ASSUNTOS: Amazonas, cheia dos rios, Eduardo Braga, eleiçoes 2026, SENADO, wison lima
Raimundo de Holanda é jornalista de Manaus. Passou pelo "O Jornal", "Jornal do Commercio", "A Notícia", "O Estado do Amazonas" e outros veículos de comunicação do Amazonas. Foi correspondente substituto do "Jornal do Brasil" em meados dos anos 80. Tem formação superior em Gestão Pública. Atualmente escreve a coluna Bastidores no Portal que leva seu nome.