A expressão "sabidamente inverídico" foi muito utilizada nas últimas 15 eleições para desacreditar jornalistas e servir como blindagem a maus políticos.

Mais do que uma expressão, o argumento era o cerne dos pedidos de supressão de notícias e do recrudescimento da censura judicial. Para os tribunais eleitorais, sempre pesou a influência dos candidatos, menos a verdade objetiva  ancorada na informação divulgada.

Agora as coisas pioraram. As plataformas farão autocensura, instrumento conferido pelo Supremo com a intenção louvável de reduzir o número de notícias falsas. Mas beneficia os detentores do poder, para os quais tudo o que não é elogio é falso, e força as big techs a exercerem um papel que afinal não cabe nem mesmo ao Judiciário numa democracia: a censura.

O poder para quem tem poder e, neste caso, a verdade tem dono.

No Brasil, a liberdade de expressão é apenas uma palavra na boca de juízes, promotores e políticos governistas. É verdade que no geral a censura é pouco notada, porque é seletiva.