Omar compara Bolsonaro ao anão Zangado. Mas Presidente está mais para a rainha má
Essa narrativa é interessante, mas Omar erra ao comparar Bolsonaro com "Zangado". O Presidente está mais para a rainha má, que envenena Branca de Neve, depois de decidir que ela deve morrer. E aí vem a maçã envenenada ou o coronavírus e a escassez de vacina para nós. Afinal, em caso análogo, somos todos Branca de Neve.
O senador Omar Aziz, presidente da CPI da Pandemia, comparou o presidente Bolsonaro a "Zangado", o anão da historinha infantil da Branca de Neve, sempre descontente com as notícias que não eram favoráveis a ele. O que levou o senador a fazer essa comparação foi a pergunta do repórter da Globo News, nesta quinta-feira, sobre as queixas do presidente de ter, segundo ele, vencido a eleição de 2018 no primeiro turno e que houve fraude. Omar respondeu que nunca viu um vencedor dizer que foi roubado e que Bolsonaro se comporta como um garoto travesso e mal educado, sempre naquele “cercadinho”, dizendo um monte de asneira para uma plateia pouco informada.
Só que na historinha de Branca de Neve, “Zangado" tem outros seis companheiros e os ajuda, é solidário, diferente do nosso "Zangado", sempre conspirando contra a Branca de Neve, que na verdade pode ser representada por um País que precisa de um príncipe que o acorde do torpor a que foi submetido.
Essa narrativa é interessante, mas Omar erra ao comparar Bolsonaro com "Zangado". O Presidente está mais para a rainha má que envenena Branca de Neve, depois de decidir que ela deve morrer. E aí vem a maçã envenenada ou o coronavírus para nós.
Nessa história somos todos Branca de Neve, com a vida colocada nas mãos de atravessadores de vacina, como a Global e a Precisa, onde operavam servidores do Ministério da Saúde que empenharam R$ 1,6 bilhão para comprar um imunizante que não existia ou não estava disponível: a Covaxin.
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Mudando um pouco de assunto, porque tem gente me acusando de estar ficando chato: permitam-me fazer um elogio a Omar Aziz: por mais que não se goste dele, ou se goste por várias razões, não havia senador mais qualificado para comandar a CPI da Pandemia. Por inúmeras razões: 1- Tem jogo de cintura; 2- Usa bem as palavras e sabe a hora de recuar ou partir para o ataque. ; 3 - É inteligente, astuto e tornou-se uma pedra no sapato do presidente Bolsonaro.
Se essa postura da CPI comandada por Omar incomoda o governo, ajuda o País a refletir mais sobre os erros que estão sendo mostrados, enquanto o presidente vê os gritos de “mito” serem aos poucos substituídos pelo “Fora Bolsonaro”
Raimundo de Holanda é jornalista de Manaus. Passou pelo "O Jornal", "Jornal do Commercio", "A Notícia", "O Estado do Amazonas" e outros veículos de comunicação do Amazonas. Foi correspondente substituto do "Jornal do Brasil" em meados dos anos 80. Tem formação superior em Gestão Pública. Atualmente escreve a coluna Bastidores no Portal que leva seu nome.