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O que muda é a patente, não a patética situação na qual Bolsonaro colocou a Suframa


Por Raimundo de Holanda

01/06/2020 21h48 — em
Bastidores da Política



Como o coronel Menezes, o general Algacir  Polsin nada entende de política industrial, nem do Modelo Zona Franca de Manaus. Como Menezes, Polsin é uma indicação de amigos, que atropela  o necessário conhecimento técnico, visão  estratégica de negócios, segurança jurídica e outras questões fundamentais para tornar o modelo Zona Franca de Manaus, senão competitivo, ao menos estável.

O que muda é a patente, não a patética situação na qual Bolsonaro colocou a Suframa desde a posse de Menezes, que chegou como “amigo”do presidente e, portanto,  capaz de tornar possível a recuperação da autonomia da instituição e com cacife para atender as expectativa do empresariado.

Agora Menezes descobre que era apenas uma peça descartável no jogo do presidente, que tem um certo fetiche  por quatro estrelas.

O que não se esperava é que fosse transformar  a Suframa em uma extensão do quartel, consolidando sua visão  equivocada e tosca da Amazônia e de seu desenvolvimento.

O general que entra pode ser o que vai apagar as luzes  da Superintendência da Zona Franca de  Manaus..

A GUERRA DE BOLSONARO 

Um ano e 5 meses depois de instalado, o governo de Jair Bolsonaro se atira numa ‘guerra contra o Judiciário e o Legislativo. No meio do tiroteio de palavrões, fake news, insultos e ameaças veladas, o povo enfrenta a pior pandemia em 100 anos.

Incapaz de uma atitude de estadista diante da crise sanitária e econômica, o presidente gasta o tempo incentivando o caos, em nome de uma ideologia supremacista, violenta e anacrônica.

À revelia do consentimento e ignorando papel das Forças Armadas, Bolsonaro ‘militarizou’ seu governo com 3 mil militares da ativa e inativos em cargos civis. De generais a soldados rasos.

Em outra frente, joga com a pior ralé da política partidária. Condenados no “Mensalão” e outros crimes de corrupção formam sua tropa de elite no Congresso, para manter o mandato.

E à medida que processos e ações se multiplicam contra ele nos tribunais superiores, o líder se sente emparedado e responde com mais ameaças e insultos aos poderes e seus membros.

Mas embora cause espanto o fato de os poderes Legislativo e Judiciário não reagirem no mesmo tom, as investigações processuais avançam e já se anuncia para breve os julgamentos.

O pior para Bolsonaro é que ele não se contém em ‘desrespeitar’ a dignidade dos poderes congêneres da República. E perde, com isso, a possibilidade de promover a conciliação.

Ao contrário, promove com sua tropa de choque desfiles dominicais no melhor estilo dos ditadores do terceiro mundo.  

 

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ASSUNTOS: amazônia, Bolsonaro, coronel Menezes, GENERAL Algacir Polsi, Suframa

Raimundo de Holanda é jornalista de Manaus. Passou pelo "O Jornal", "Jornal do Commercio", "A Notícia", "O Estado do Amazonas" e outros veículos de comunicação do Amazonas. Foi correspondente substituto do "Jornal do Brasil" em meados dos anos 80. Tem formação superior em Gestão Pública. Atualmente escreve a coluna Bastidores no Portal que leva seu nome.