A guerra do medo, do nosso medo
- As histórias que ouvimos são uma repetição de experiências vividas de forma dramática por nossos pais e por nós. E ainda assim não aprendemos.
Não é mais apenas a falta da ronda policial no bairro onde moramos que preocupa, nem a condução que nossos filhos pegam todos os dias para ir à escola. Ou ainda o vizinho que tentamos cumprimentar no elevador e nos ignora.
Tudo nos afeta. Da guerra de vaidade nos tribunais, onde os juízes jogam às favas o dever da imparcialidade, ao conflito na Ucrânia, o genocídio de Gaza praticado por um Estado enfurecido e sem controle, à eleição na Argentina.
Mas por que nos afeta? Porque o mundo ficou pequeno e entra em nossas casas a todo momento.
As histórias que ouvimos são uma repetição de experiências vividas de forma dramática por nossos pais e por nós. E ainda assim não aprendemos.
Votamos pensando num país melhor, e os governantes que escolhemos se revelam incapazes de resolver os problemas do Estado, do País. Para justificar a falta de competência, culpam terceiros, dividem responsabilidades, se omitem.
Nas ruas a gente tem medo de tudo: da moto que se aproxima, do carro que estaciona ao lado, do guarda armado que já não temos certeza se está ali para nos proteger.
É a guerra do medo. Do nosso medo, do medo dos outros. Tempos difíceis estes que vivemos…
Raimundo de Holanda é jornalista de Manaus. Passou pelo "O Jornal", "Jornal do Commercio", "A Notícia", "O Estado do Amazonas" e outros veículos de comunicação do Amazonas. Foi correspondente substituto do "Jornal do Brasil" em meados dos anos 80. Tem formação superior em Gestão Pública. Atualmente escreve a coluna Bastidores no Portal que leva seu nome.