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Decadência do catolicismo e a fé religiosa - retratos deste 12 de outubro


Por Raimundo de Holanda

12/10/2021 20h04 — em
Bastidores da Política



Este 12 de outubro foi um retrato do quanto o Brasil mudou nesses últimos 40 anos. E com essa mudança, a fé religiosa, a decadência da Igreja Católica e o avanço do protestantismo. Nossa Senhora Aparecida continua sendo a padroeira do Brasil, mas é uma mãe com menos filhos. 

O catolicismo, predominante até os anos 90, cedeu espaço a  outras denominações religiosas - que também avançam sobre movimentos sociais como os " SemTeto" e "Sem Casa”.  

Não fosse a aversão dos autodenominados evangélicos às imagens, provavelmente nossa senhora também seria hoje  símbolo da fé para dezenas de igrejas pentecostais que surgiram nos últimos anos.

E por que esse 12 de outubro foi diferente e mostrou claramente um Brasil com a religiosidade invertida? Porque as homenagens à padroeira contaram com poucos devotos, mas  no dia anterior as lojas estavam cheias. Afinal, no dia 12 de outubro também é comemorado o Dia das Crianças. 

Com cerca de 100 milhões de adeptos, as novas  igrejas avançaram sobre o catolicismo, cooptaram fiéis, adotaram o estilo de propaganda da velha Igreja Católica do Século XVI, vendendo um lugar no Céu e um espaço de glória  na Terra. 

Nunca entregam o que prometem, mas as denominações cresceram, criaram grandes bancadas parlamentares para influenciar na política,  ocupar tribunais  e acabar com o chamado estado laico, com as igrejas inclusive pleiteando ser representadas na  Corte Suprema por um ministro “terrivelmente evangélico”.

A Igreja Católica no Brasil precisa ser reinventada. O que a atraia acabou. Sua decadência foi lenta, começou após o Concilio Vaticano Segundo, que tentou modernizá-la, acabando com a missa em latim, entre outras mudanças que tiveram impacto negativo em seus milhões de seguidores.

 Se continuar como está, um dia os evangélicos, apenas como objeto de propaganda e não da fé, vão se apropriar  do santuário de  Nossa Senhora Aparecida, a Padroeira do Brasil. E o catolicismo  no País  morrerá de vez…

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Raimundo de Holanda é jornalista de Manaus. Passou pelo "O Jornal", "Jornal do Commercio", "A Notícia", "O Estado do Amazonas" e outros veículos de comunicação do Amazonas. Foi correspondente substituto do "Jornal do Brasil" em meados dos anos 80. Tem formação superior em Gestão Pública. Atualmente escreve a coluna Bastidores no Portal que leva seu nome.