Braga pode desistir de disputar o governo do Amazonas
Com 17,5 por cento da preferência do eleitorado*, segundo pesquisa de 31 de maio realizada pela empresa Perspectiva, o senador Eduardo Braga figura entre os três candidatos mais bem avaliados para a disputa do governo do Amazonas no pleito de outubro. Seria um candidato potencialmente competitivo, mas a 100 dias das eleições não sabe se concorrerá.
Braga diz que depende do povo “querer mudanças sérias e radicais” no governo, para sair candidato, mas por trás dessa frase há um vácuo de tempo que o senador não conseguiu preencher. Tempo no qual pré-candidatos adversários e partidos se articularam ou criaram federações. Braga agiu muito tarde e a tentativa de compor com as esquerdas tem fracassado até aqui.
O pronunciamento que fez neste domingo, em encontro com eleitores, pareceu mais a antecipação de uma muito provável desistência.
A desistência, se ocorrer, fomentará ainda mais a polarização entre os candidatos Wilson Lima e Amazonino Mendes, mas será uma grande perda para o debate político.
Braga foi governador por dois mandatos, trouxe empresas como a Samsung para Manaus, construiu a ponte Rio Negro, estimulou ações de proteção do meio ambiente, com a criação da Fundação Amazônia Sustentável. Estava entre os políticos brasileiros que advertiam para as mudanças climáticas e as ameaças que representavam para o Planeta.
Defendeu, como poucos, o uso de crédito de carbono como moeda sustentável para assegurar investimentos estrangeiros na região. É senador da República. Sua eventual saída da disputa – espera-se que não ocorra – deixará a eleição para o governo reduzida a poucos candidatos com chances de se eleger, e mais pobre.
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*Na pesquisa estimulada, divulgada pela Perspectiva em 31 de maio (quando os nomes dos postulantes são apresentados), Braga aparece atrás Wilson Lima e Amazonino Mendes, com 17,7%
Raimundo de Holanda é jornalista de Manaus. Passou pelo "O Jornal", "Jornal do Commercio", "A Notícia", "O Estado do Amazonas" e outros veículos de comunicação do Amazonas. Foi correspondente substituto do "Jornal do Brasil" em meados dos anos 80. Tem formação superior em Gestão Pública. Atualmente escreve a coluna Bastidores no Portal que leva seu nome.