BR 319, sem asfalto e com futuro incerto
BR 319 fora dos planos do governo Lula
O governo Lula não considera que a BR 319 possa ser pavimentada, como um projeto de infraestrutura vital para investimentos nos próximos anos. Ou a rodovia não estaria fora do planejamento proposto pelo Plano Nacional de Logística, que elencou programas de infraestrutura que aponta como mais baratos e eficientes para o crescimento do País.
O governo vê a estrutura hidroviária mais eficaz para promover o desenvolvimento na região.
A novidade é um balde de água fria na intensa luta de parlamentares do Amazonas pelo asfaltamento da BR, com forte resistência da ministra do Meio Ambiente, Marina Silva.
O PLN 2025 desfaz, também, a ideia de enfraquecimento da ministra e sua luta para impedir que a rodovia, especialmente o chamado trecho do meio, de 400 quilômetros, receba qualquer benefício que o torne minimamente trafegável.
É a velha novela, com o desenlace trágico em épocas de seca dos rios da Amazônia, onde o tráfego hidroviário fica drasticamente comprometido.
E é uma luta vã - que se estende por décadas. Mas a saída é política.
O que não foi feito até hoje é uma busca de inversão dos controles sobre a rodovia, a maior parte no Amazonas. Buscar mecanismos para a estadualização da BR é um caminho, difícil, mas viável, se houver forte e consistente envolvimento político.
Não é um processo fácil, mas elimina, ao menos em parte, a interferência de ambientalistas de carteirinha, de ongs com atividades suspeitas e dá ao Estado do Amazonas meios de buscar recursos para fazer o trabalho necessário - de integrar a região ao resto do País.
Ou alguém esqueceu que as BR 174, que liga Manaus a Roraima(e Venezuela) foi asfaltada pelo ex-governador Amazonino Mendes, face a lentidão e inoperância do governo federal e os entraves ambientais impostos pelo Ibama ?
ASSUNTOS: BR 319, Ibama, Manaus, Marina Silva
Raimundo de Holanda é jornalista de Manaus. Passou pelo "O Jornal", "Jornal do Commercio", "A Notícia", "O Estado do Amazonas" e outros veículos de comunicação do Amazonas. Foi correspondente substituto do "Jornal do Brasil" em meados dos anos 80. Tem formação superior em Gestão Pública. Atualmente escreve a coluna Bastidores no Portal que leva seu nome.