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A arma errada utilizada pela PF contra garimpeiros na Amazônia. Quem envenena mais?


Por Raimundo de Holanda

26/09/2025 20h25 — em
Bastidores da Política



O Brasil não sabe ou não quer resolver seus problemas mais básicos. A decisão da Comissão de Direitos Humanos do Senado, de levar a tribunais internacionais  denúncia contra o uso de explosivos pela Polícia Federal para combater o garimpo ilegal - é mais uma prova de que não há consenso sobre nada, de que ninguém quer ouvir ninguém, que o conceito de poluição da atmosfera é apenas uma frase na boca de falsos ambientalistas que apoiam a medida -  sem a percepção, elementar, de que as bombas não apenas destroem balsas: a fumaça é toxica, contém monóxido de carbono e  cianeto, causa problemas de saúde e  compromete o meio ambiente.

Foto: Divulgação

Os  resíduos de diesel e mercúrio jogados nos rios com a explosão,  matam os peixes, intoxicam populações  e causam pânico em ribeirinhos.

A verdade é que a Polícia Federal não age por conta própria - há o Ibama, que deveria proteger o meio ambiente, e medidas judiciais tomadas por magistrados vesgos, distantes da realidade amazônica.

A PF tem o dever de apreender, punir eventuais envolvidos, mas opta pelo que considera mais fácil: destruir e , com isso, dá o mau exemplo de como contribuir  para destruir o meio ambiente, contaminar os rios, aterrorizar ribeirinhos.

Estranho é que não se viu em nenhum momento uma ONG - dessas criadas para angariar fundos internacionais supostamente para a proteção da Amazônia, denunciar os métodos  rudimentares usados pela PF para combater o garimpo ilegal.

A quem recorrer se as instituições não funcionam, os órgãos de controle foram cooptados, se há um jogo de interesses ainda indecifrável por trás de tudo isso? Ir a tribunais internacionais não resolve.  Resolve e bom senso, diálogo, mas ninguém quer  ouvir.

 

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ASSUNTOS: Amazonas, Amazônia, explosão de balsas, garimpo ilegal, PF

Raimundo de Holanda é jornalista de Manaus. Passou pelo "O Jornal", "Jornal do Commercio", "A Notícia", "O Estado do Amazonas" e outros veículos de comunicação do Amazonas. Foi correspondente substituto do "Jornal do Brasil" em meados dos anos 80. Tem formação superior em Gestão Pública. Atualmente escreve a coluna Bastidores no Portal que leva seu nome.