Ainda em processo de homologação dos inscritos para o novo curso de medicina recém-lançado em Manaus, a Universidade Luterana (Ulbra Manaus) justificou o lançamento “pela demanda do setor educacional e produtivo da região e a necessidade de formação de profissionais em áreas específicas, entre outros”.

As inscrições para o curso foram mantidas com base em decisão judicial precária, de acordo com o juiz Bruno Anderson da Silva, da 3ª Vara Judicial de Brasília, que informou a possibilidade de reversão a qualquer momento, após o julgamento do mérito da ação, com prejuízos aos alunos inscritos.

A criação de novos cursos de medicina no Brasil vem sendo criticada pelo Conselho Federal de Medicina (CFM), que no último dia 4, pediu ao Ministério da Educação (MEC) não só a criação urgente de um Grupo de Trabalho (GT) que possa definir critérios para autorização novos cursos, mas também a suspensão imediata dos pedidos tanto de abertura de novos cursos quanto de ampliação de vagas.

De acordo com o CFM, no Brasil, atualmente, existe, 389 cursos de medicina, das quais mais de 90% em instituições de ensino funcionando em municípios com déficit em parâmetros considerados essenciais para o funcionamento dos cursos. Entre esses parâmetros, estão o número suficiente de leitos de internação, de equipes da Estratégia Saúde da Família (ESF) ou hospitais de ensino.

O curso, de acordo com a nota da Ulbra Manaus, “será ministrado no Centro Universitário Luterano de Manaus e tem a proposta de desenvolver a matriz curricular com uma ampla conexão regional, tendo como base as especificidades da Amazônia, de maneira a promover a saúde desde os aspectos relacionados ao atendimento das necessidades específicas da população vulnerável até a prospecção de inovações na área da saúde”, pontuou a instituição de ensino. 

Outro ponto citado na nota da Ulbra, é que “a criação de um novo curso de medicina em Manaus é uma oportunidade valiosa para o desenvolvimento da área de saúde na região, ressaltando-se que a matriz curricular do curso está voltada às demandas da população local e às carências regionais no setor de saúde”. 

A rede de ensino disse ainda “ter na capital amazonense professores suficientes e extremamente qualificados para atender todas as turmas”.

E argumentou que, “como o número de professores depende de vários fatores tais como tipologia da disciplina, puramente teórica, teórica-prática e teórica-prática com pacientes, dispõe de mais de 2.700 colaboradores, que atua sempre qualificando e aprimorando o quadro de docentes para as diversas necessidades, nos 50 anos de existência da instituição”.

E destacou que "à medida em que os cursos forem progredindo nos semestres nos vários municípios onde foram lançados, além de Manaus (Porto Alegre, Gravataí, São Jerônimo (no Rio Grande do Sul),  Palmas (TO) e Santarém (PA),)  novos professores serão integrados para atender a matriz curricular”.

Sobre um dos objetivos do curso de colocar “qualidade de ensino e tecnologia à disposição do desenvolvimento regional”, a instituição garantiu ter “um corpo docente com mais de 1.300 professores com experiência e qualificação de nível de mestrado e doutorado na ordem de 91% de seu quadro”.

A presença da rede de ensino em 17 estados da união, com mais de 2.700 colaboradores diretos e mais de 350 mil egressos, entre eles 2.300 médicos formados no curso de Medicina que a Ulbra já mantém há três décadas no Rio Grande do Sul são também justificativa para o lançamento dos novos cursos de medicina, afirma a Ulbra Manaus.