Manaus/AM - O caso da morte do menino Benício Xavier, de 6 anos, voltou a repercutir na Câmara Municipal de Manaus (CMM) nesta terça-feira (2). Em plenário, o vereador Sérgio Baré (PRD) comentou a declaração feita pelo delegado Marcelo Martins, que investiga a conduta adotada no atendimento do menino no pronto-socorro. Segundo o delegado, o caso é apurado como possível dolo eventual, quando há responsabilidade pelo resultado mesmo sem intenção direta.

Baré afirmou que a discussão não deve se limitar à médica que prescreveu o medicamento à criança. Para ele, a investigação também precisa alcançar a gestão da unidade de saúde, especialmente pela contratação de uma profissional sem formação em pediatria para atuar no atendimento infantil. "Os profissionais de saúde devem responder pelos seus atos, mas o hospital também precisa ser cobrado. Colocaram uma médica sem especialização para atender crianças, e isso envolve risco. Quero ver a mesma firmeza em relação à unidade que contratou", disse o vereador durante a sessão.

A situação ganha ainda mais peso após o Conselho Regional de Farmácia do Amazonas (CRF-AM) divulgar um relatório sobre a estrutura do hospital. Segundo o órgão, faltavam farmacêuticos suficientes para revisar prescrições no pronto-socorro e no centro cirúrgico, e não houve acompanhamento de um profissional habilitado na dispensação do medicamento administrado no menino.

A médica responsável pelo atendimento, Juliana Brasil Santos, reconheceu ter prescrito adrenalina na veia da criança — informação registrada no relatório do próprio hospital, encaminhado à Polícia Civil. Os pais afirmam que Benício recebeu uma dosagem incorreta entre a noite de sábado (23) e a madrugada de domingo (24). A denúncia foi oficialmente apresentada no dia 25.

O caso segue em investigação e continua a gerar debates na Câmara Municipal, onde vereadores cobram esclarecimentos não apenas sobre a conduta individual, mas também sobre possíveis falhas estruturais no atendimento prestado pelo hospital.

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