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Clima de guerra no sul do Amazonas. Brancos avançam contra reserva indígena e destroem casas

Por Portal Do Holanda

27/12/2013 15h46 — em
Amazonas



A situação do conflito entre indígenas da etnia tenharim e a comunidade de Santo Antonio do Matupi, na região de Humaitá/Apuí/AM, que fez um manifesto onde repudia qualquer contato com os indígenas, ainda está pendente de solução.

Na tarde desta sexta-feira, de acordo com o Portal Apuí, cerca de 300 pessoas tanto de Apuí/AM quanto de Humaitá/AM invadiram a aldeia tenharim, derrubaram porteiras e destruíram casas de apoio que serviam de base para cobrança da taxa pelos indígenas.

De acordo com o advogado dos tenharim, Ricardo Tavares Albuquerque, já havia um descontentamento da população de Santo Antonio de Matupi, comunidade situada no município de Manicoré/AM, km 180 da BR-230, e o desaparecimento de Aldeney Ribeiro Salvador, 40, funcionário da Eletrobrás Amazonas Energia; Luciano da Conceição Ferreira Freire, 29, representante comercial; e Stef Pinheiro, professor, no dia 16 de dezembro foi o estopim.

O desaparecimento dos três e a falta de resposta por parte das autoridades findou por detonar a insatisfação popular que levou ao incêndio de prédios públicos em Humaitá. A insatisfação existe principalmente pela cobrança de taxa para que veículos trafeguem pela Transamazônica (BR-230) dentro da reserva indígena demarcada.

Os índios tenharim que ficaram retidos em Humaitá querem proteção das forças de segurança pública como a Polícia Militar e a Força Nacional para regressar a suas aldeias além de que estas também tenham sua integridade garantida, em face das ameaças feitas pela população de Santo Antonio do Matupi que pede, inclusive, o afastamento das aldeias da rodovia, a não cobrança de pedágio e que indígenas não mais frequentem as escolas da comunidade.

Para o advogado Ricardo Albuquerque, existe muita discriminação contra os índios, não só os tenharim, mas outras etnias como os parintintin e os diahoui que vivem na região, daí ter entrado com ação na Justiça pedindo segurança para os tenharim dentro de suas próprias aldeias.

Na página do Facebook do Portal Apuí há vários posts que incitam o ódio contra os indígenas, enquanto aquela região foi colonizada por pessoas vindas do sul do Brasil a partir dos anos 1970.


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O Portal do Holanda foi fundado em 14 de novembro de 2005. Primeiramente com uma coluna, que levou o nome de seu fundador, o jornalista Raimundo de Holanda. Depois passou para Blog do Holanda e por último Portal do Holanda. Foi um dos primeiros sítios de internet no Estado do Amazonas. É auditado pelo IVC e ComScore.

ASSUNTOS: apui, conflito, etnia, humaitá, indígena, Principal, tenharim, Amazonas

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