Manaus/AM - A presidência do Conselho Regional de Odontologia do Amazonas (CRO-AM) se manifestou após a suspensão das eleições da categoria, que ocorreriam a partir desta sexta-feira (3), no formato online. A decisão liminar foi emitida pelo Tribunal Regional Federal da 1ª Região (TRF-1), a partir de determinação do Conselho Federal de Odontologia (CFO), responsável pela condução do pleito em todo o país. Em nota, o CRO-AM destacou que não é parte direta da ação judicial e que aguarda novas orientações do CFO para definição de novas datas e procedimentos.

Diante do impasse, a Chapa 2, criticou a permanência da atual presidência, que já ocupa o cargo há mais de 20 anos e busca um quarto mandato consecutivo. Segundo ela, há necessidade de renovação na gestão do conselho. "Ninguém mais quer que ele continue no conselho. Ele já vai para o quarto mandato e há mais de duas décadas no poder. Somos contra isso. Acreditamos que tem que haver democracia", afirmam.

A representante ressaltou ainda que cresce a insatisfação entre os profissionais da odontologia no estado, que reivindicam maior representatividade e alternância no comando. Para a Chapa 2, a continuidade da atual gestão limita o surgimento de propostas mais modernas para enfrentar os desafios da categoria. O grupo reafirma compromisso com a ética e a legalidade, destacando que não compactua com irregularidades e cobra que o processo eleitoral seja retomado dentro do regimento, com prazos e medidas corretivas necessárias.

Enquanto o calendário eleitoral não é redefinido, a Chapa 2 mantém firme a defesa por transparência e alternância de poder. Os integrantes afirmam estar preparados para disputar o pleito assim que a Justiça autorizar, defendendo uma gestão mais democrática, participativa e alinhada às necessidades dos cirurgiões-dentistas do Amazonas.

Veja nota da Chapa 2 na íntegra: 

CROAM e CFO: duas instituições, uma só responsabilidade

O atual presidente, candidato à 4ª reeleição, tenta se esquivar da responsabilidade dizendo que o CROAM “não tem nada a ver” com a suspensão das eleições, como se CFO e CROAM fossem mundos separados. Ora, se o CROAM não tem nada a ver, então por que se manteve à frente do processo, sem se afastar do cargo, controlando estrutura, servidores e decisões que impactam diretamente a lisura da eleição?

A verdade é simples: CFO e CROAM não são inimigos, são partes de um mesmo sistema. O CFO organiza, mas o CROAM executa, oferece suporte, cede a máquina administrativa. Fingir que uma coisa não tem relação com a outra é subestimar a inteligência da classe.

Quando convém, o discurso é de independência. Quando interessa, é de unidade. Essa contradição revela o real problema: o uso da instituição para proteger um projeto pessoal de poder.

Querer 4 mandatos seguidos já é questionável. Não se afastar e ainda se eximir da responsabilidade é abuso e falta de ética.

Cirurgião-dentista AM