Alunos de medicina da Ufam visitam ala feminina de presídio do AM

Manaus/AM - Cerca de 20 alunos do 1º período de medicina da Universidade Federal do Amazonas (Ufam) realizaram uma visita técnica na Penitenciária Feminina de Manaus (PFM) na manhã deste sábado (20). Supervisionados pela professora e assistente social da Ufam, Cecília Freitas, os estudantes conheceram as instalações e tiveram contato com as internas. A visita foi acompanhada pela diretora da unidade, Suzani Costa, a diretora adjunta, Silvana Nunes e o coordenador adjunto do sistema penitenciário, Enderson Passos, representantes da Secretaria de Estado de Administração Penitenciária (Seap).
De acordo com Cecília Freitas o intuito da ação foi proporcionar aos alunos uma experiência prévia sobre o sistema, para estudarem o desenvolvimento de um projeto de extensão voltado para a saúde das internas, estendendo as ações que já são feitas na Unidade Prisional Semiaberto Feminino (UPSF) pela faculdade. “Desde o ano passado estamos promovendo ações sociais no semiaberto feminino, com alunos do 3º período de medicina. Já conseguimos levar exames e testes rápidos, preventivo para câncer de colo de útero e mama, exames dermatológicos e atividades como palestras, oficinas de memória e outras iniciativas que estimulem o diálogo e o conhecimento. A ideia é realizar um projeto semelhante para as reeducandas do regime fechado”.

Na área do pavilhão A da unidade, as internas participaram de um momento de apresentação do projeto. Bruna de Moraes, uma das universitárias de medicina explica que já estava com uma expectativa muito grande antes mesmo de chegar à unidade. “As internas foram muito receptivas, e o saldo final da visita foi até além do que eu já esperava. Eu acredito que o projeto que iremos desenvolver aqui vá produzir bons resultados, da mesma forma que está sendo no semiaberto. A gente confia que as ações possam trazer uma esperança pra elas. Quando a gente entra na área de saúde, principalmente quando se é médico, temos que ter a noção de que promoção de saúde não é só fazer uma consulta ou um exame médico, mas é também uma conversa, um conselho, uma atenção. É querer saber o que a pessoa quer de você e não só você saber o que fazer com ela, e eu acho que esse aprendizado é algo que todos devem passar, pra mudar essa visão que as pessoas tem do sistema carcerário”.
O coordenador adjunto do sistema penitenciário, Enderson Passos, ressaltou a importância do projeto e da visita técnica desenvolvida na manhã deste sábado. “A iniciativa da professora Cecília de trazer os estudantes de medicina, futuros médicos, para conhecerem a realidade e darem a atenção devida aos internos do sistema prisional é fundamental. Essa ação se assemelha muito com o modo que estamos administrando as unidades, dando assistência médica, cuidando dessas pessoas que estão sob a nossa custódia, esses são passos essenciais para reintegrá-los à sociedade. A Seap está de portas abertas para iniciativas que colaborem para o bem-estar dos internos e estamos buscando sempre a estratégia de agregar instituições e pessoas para uma parceria no sistema. Porque apenas com o comprometimento de toda a sociedade é que vamos buscar soluções para as questões prisionais”. Os alunos conheceram também os espaços do Projeto Filó, ateliê de costura inaugurado no início do mês na unidade, a sala de aula, as áreas de enfermaria, berçário e odontologia da unidade. Para Luiz Azevedo, universitário de medicina, que como muitos de seus colegas, entrou pela primeira vez em uma unidade prisional, a expectativa é que o projeto tenha criatividade e resultados positivos. “A gente espera poder trazer para internas uma visão diferente do mundo, que elas possam ver que existem outras possibilidades, além daquelas que elas já tiveram acesso e que infelizmente foram as que a trouxeram para esta realidade”.
A diretora Suzani Costa, que já conhece o projeto desenvolvido pela Ufam, aguarda ansiosamente pelo início das atividades na PFM. “No ano passado enquanto ainda ocupava o cargo de diretora adjunta do semiaberto feminino, pude ter acesso e ser testemunha dos frutos positivos que os alunos de medicina da Ufam e a professora Cecília produziram na unidade. Dessa forma convidamos a equipe a programar as ações no fechado feminino, para contribuir com a política de humanização e atenção que a Seap está desenvolvendo, e também para diminuir o tempo ocioso das meninas e dar tratamento de saúde digno para todas”.
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