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Justiça de SP determina que plano de saúde custeie congelamento de óvulos de paciente com câncer

Por Folha de São Paulo

26/05/2025 19h45 — em
Variedades



SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS) -   A Justiça de São Paulo determinou que o plano de saúde Bradesco custeie o congelamento de óvulos de uma paciente acometida por câncer de mama.
A decisão é da 42ª Vara Cível da Capital e cabe recurso. Segundo o processo, a operadora de planos de saúde se recusou a pagar o tratamento de preservação de óvulos ao qual a paciente se submeteu antes de iniciar a quimioterapia —que pode afetar a fertilidade.

Procurada, a Bradesco Saúde afirma que não comenta casos levados à Justiça.

Na decisão, o juiz André Augusto Salvador Bezerra afirmou que "negar à autora o direito à criopreservação de óvulos como etapa anterior de tratamento de quimioterapia revela a pouca atenção da ré à questão de gênero, cujas desigualdades são explícitas em um país, como o Brasil, marcado pelas mais diversas espécies de violência de gênero, inclusive na desconsideração de situações peculiares as mulheres, como a questão gestacional, ora discutida".

A quimioterapia pode alterar os tecidos que produzem os gametas (óvulos e espermatozoides) e os níveis de hormônios sexuais, com reflexos na fertilidade. Um dos quadros pode ser a menopausa precoce.

Além disso, mesmo que não haja a menopausa precoce, uma gravidez sem ajuda de fertilização in vitro pode ser difícil. Normalmente, as mulheres são aconselhadas a esperar pelo menos dois anos após terminar a quimioterapia para buscar uma gravidez, e podem ou não produzir óvulos saudáveis. Além disso, muitas mulheres também recebem terapia hormonal por cinco anos ou mais após o tratamento, período durante o qual não podem engravidar ou são fortemente aconselhadas a não fazê-lo.

A Justiça paulista também determinou que a paciente seja ressarcida dos valores gastos para a extração e congelamento dos óvulos em clínica particular.


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