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Com ataques, Israel prepara destino amargo para si, diz líder supremo do Irã

Por Folha de São Paulo

13/06/2025 8h30 — em
Mundo


Foto: Reprodução

SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS) - Poucas horas após Israel bombardear o Irã em um aumento dramático das tensões no Oriente Médio, o líder supremo do país persa, o aiatolá Ali Khamenei, 86, fez pronunciamento nesta sexta-feira (13) em que prometeu vingança e afirmou que Tel Aviv "preparou um destino amargo" para si.

"O regime sionista [Israel] revelou sua natureza vil e lançou nesta manhã sua mão perversa e sangrenta em um crime contra o Irã. Com este ataque, o regime sionista preparou um destino amargo e doloroso para si mesmo, que certamente receberá", disse Khamenei em declaração lida na TV estatal iraniana.

Segundo o aiatolá, que não mencionou os Estados Unidos em seu pronunciamento, vários comandantes e cientistas foram mortos durante a ofensiva. Ele disse ainda que centros residenciais foram atingidos. Tais ações, acrescentou, merecem uma "punição severa". "A mão poderosa das Forças Armadas da República Islâmica não o abandonará", afirmou.

Israel bombardeou o Irã depois que negociações nucleares entre o país persa e os EUA de Donald Trump estagnaram. Tel Aviv atacou a infraestrutura nuclear iraniana e mirou altos comandantes militares —a televisão estatal iraniana confirmou a morte de pelo menos um: o chefe da Guarda Revolucionária Islâmica, Hossein Salami.

Israel já havia dito que não permitiria que o país persa, seu inimigo histórico, adquirisse uma bomba atômica, algo que o regime iraniano parece próximo de ser capaz de fazer. De acordo com os militares israelenses, dezenas de alvos foram atacados no Irã, e a operação poderia durar muito tempo. A imprensa iraniana relatou que pelo menos dois importantes cientistas nucleares foram mortos: Fereydoun Abbasi-Davani e Mohammad Mehdi Tehranchi.

Entre os alvos está a instalação nuclear de Natanz, um dos centros mais importantes de enriquecimento de urânio do país. Ainda não se sabe quanto dano foi causado ao local —relatos apontam que a centrífuga de urânio da instalação fica a mais de 40 metros debaixo da terra para protegê-la de ataque aéreo. Um porta-voz do Exército iraniano disse que Israel "pagará um preço caro" pelo ataque.

O contexto do ataque é a tentativa de Israel de adiar ou impedir o desenvolvimento de uma arma nuclear pelo Irã, cenário considerado inaceitável por Tel Aviv. Na semana passada, Khamenei afirmou que abandonar o enriquecimento de urânio é "100% contra os interesses" do Irã, rejeitando exigência central dos EUA nas negociações para resolver uma disputa de décadas sobre as ambições nucleares de Teerã. 

Além dos embates diretos com Israel, o regime teocrático do Irã tem lidado, nos últimos meses, com múltiplas crises que incluem escassez de energia e água, desvalorização da moeda e perdas entre milícias regionais aliadas em conflitos com as forças de Tel Aviv.


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