Traficantes migram para o Rio atraídos por luxo, poder e ostentação, diz delegado
Luxo, ostentação, mulheres, bebidas, esses são os atrativos que têm levado dezenas de chefes do Comando Vermelho de outros estados a migrarem para o Rio de Janeiro. Segundo o delegado Fernando Tomaz, do Departamento Estadual de Combate ao Narcotráfico de Minas Gerais, os traficantes dos demais estados de "inspiram", no estilo vida dos líderes cariocas e buscam viver a mesma experiência.
"Os traficantes de fora querem ostentar uma vida de luxo e de poder como fazem os cariocas. A gente, em Minas, já apreendeu celular com foto de traficante mineiro em baile funk no Vidigal. Eles aparecem segurando arma, usando roupa de marca, sempre com vista para a praia. É um comportamento recente, que começou quando a migração pro Rio e o relacionamento entre os estados se estreitaram", disse em entrevista ao Extra.
Eles se hospedam em mansões construídas exclusivamente pelo tráfico, em pontos estratégicos das comunidades. O delegado conta que nas várias operações já realizadas, imóveis com piscinas, área gourmet, banheira de hidromassagem e até cômodos com itens de outro, são comuns de serem encontradas.
Há casas que oferecem até espaço privativo para festas e geralmente, vista para a praia. Além do luxo, os locais também funcionam como torre de comando com sistema de vigilância de vários pontos das favelas e até bunkers, como a casa de Anastácio Paiva Pereira, conhecido por Doze ou Paizão, que é chefe do tráfico no Ceará e comanda tudo à distância.
Na mega operação ocorrida no último dia 28 de outubro no RJ, traficantes de vários estados, incluindo nove do Amazonas e 15 do Pará, estavam na Penha e no Alemão e foram mortos em confronto com a polícia. Havia ainda membros de Goiás, Espírito Santo, Paraíba, Mato Grosso, São Paulo, Ceará e Bahia.
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