PF cumpre mandados de prisão contra suspeitos após resgate de menina explorada sexualmente em Roraima
Durante a operação Palácios da Polícia Federal, agentes cumpriram, neste sábado (18), mandados de prisão e de busca e apreensão contra suspeitos de estarem envolvidos em uma organização criminosa que recrutava mulheres e adolescentes para serem exploradas em garimpos ilegais na Terra Indígena Yanomami, em Roraima.
Os principais suspeitos de envolvimento direto com a ação são duas irmãs e o marido de uma delas. De acordo com a PF, são quatro mandados de busca e apreensão e 4 de prisão temporária, expedidos pela Vara de Crimes contra Vulneráveis da Justiça Estadual de Roraima, que são cumpridos em Boa Vista/RR.
As investigações iniciaram após uma adolescente de 15 anos ser resgatada na última terça-feira (14), no contexto da Operação Libertação, durante uma abordagem no Rio Mucajaí, e ser levantado que ela estaria sendo vítima de exploração sexual em garimpos da região. A partir daí, a PF conseguiu identificar pessoas que estariam envolvidas na logística e na operacionalização de um esquema de envio de mulheres e de adolescentes para serem exploradas sexualmente em regiões de garimpo, inclusive mediante o engano destas.
Como criminosos enganam as vítimas- Por meio de perfis falsos em redes sociais, os aliciadores fariam o contato com mulheres e adolescentes, ofertando a possibilidade de trabalharem no garimpo nas mais variadas áreas (inclusive na prostituição) com promessa de ganhos irreais. Após serem convencidas, um motorista à serviço do grupo criminoso buscaria as vítimas aliciadas, levando-as até uma pista clandestina, onde eram transportadas por avião até a área do garimpo.
Porém, ao chegarem no local, em condições de extrema precariedade, as vítimas eram informadas e cobradas pelos custos do transporte, que custaria até R$ 10 mil, gerando, a partir daí, uma dívida inicial com os gerentes do grupo criminoso. Todo o sustento das vítimas, da alimentação até a moradia, seria cobrado pelos aliciadores, de modo que a estrategicamente impedi-las de saírem de lá enquanto não quitassem a dívida.
Na tentativa de quitar dívidas cada vez maiores, as vítimas chegavam a realizar até 15 programas por noite, além de sofrerem ameaças caso não quisessem se prostituir.
Conforme a polícia, vítimas e pessoas que saibam de situações semelhantes podem denunciar anonimamente à PF em Roraima por meio do telefone (95) 36211500 ou comparecendo em nossa Superintendência.
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