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Professora passa redação sobre #EleNão e causa polêmica nas redes sociais

Por Portal Do Holanda

04/10/2018 19h01 — em
Brasil


Foto: Reprodução

RIO — Um tema de redação proposto em uma escola estadual em Campo Grande vem sendo alvo de críticas nas redes sociais por ter abordado o movimento da hashtag #EleNão, que repercutiu após a criação do grupo no Facebook Mulheres Unidas Contra Bolsonaro. Internautas defensores do programa Escola Sem Partido acusaram a professora que passou a atividade de fazer "doutrinação política" em sala de aula, mas a Secretaria de Estado de Educação de Mato Grosso do Sul (SED-MS) afirmou que não ocorreu qualquer posicionamento político — contrário ou favorável — por parte da docente.

O enunciado da atividade de recuperação paralela foi escrito no quadro da sala de aula no último dia 26, como mostra uma foto que viralizou: "Está marcado para o dia 29 de setembro um encontro nacional intitulado Mulheres Unidas contra Bolsonaro. Diante do atual cenário político nacional, com base nos conhecimentos construídos durante toda a sua vida, escreva um texto dissertativo-argumentativo acerca da relevância de tal evento".

O perfil da professora no Facebook foi exposto por usuários que criticaram o tema proposto e utilizaram palavras de baixo calão para acusá-la de manifestar posicionamento político.

"Prezados amigos(as) tenho visualizado alguns posts com críticas contundentes e agressão pessoal à professora. Não concordo com essa linha, nem compreendo que ela seja a responsável por todos os problemas que enfrentamos na educação brasileira", disse um internauta.

"Isso não é professora! Doutrinando crianças??? Criminosa!! Deve ser demitida! O ensino está um lixo por conta deste 'tipo de professor'!", afirmou outro.

No entanto, houve professores que defenderam a colega, explicando que a tarefa não trazia juízo de valor e que a proposta era promover uma reflexão sobre o assunto, sem necessariamente defendê-lo.

"Trabalho com a professora e indubitavelmente sua proposta de redação neste momento latente da política brasileira foi interpretado como 'doutrinação política', porém não era intenção dela gerar este desconforto para estudantes e principalmente para os pais", escreveu uma usuária da rede social.

De acordo com a SED-MS, a tarefa em sala de aula foi destinada à construção de uma redação baseada "em fatos de alta relevância, característicos deste período de campanha eleitoral e de movimentos sociais".

"Com o intuito de auxiliar os estudantes que passam pelo período preparatório para o Exame Nacional do Ensino Médio (Enem) e vestibulares, a atividade foi mais uma oportunidade de abordar um tema que poderá ser foco de futuras avaliações com assuntos de grande repercussão", afirmou a Secretaria em nota, ressaltando que "não ocorreu qualquer posicionamento político — contrário ou favorável — por parte dos profissionais envolvidos".

A SED-MS disse ainda acreditar que o ambiente escolar é um campo que "possibilita diversas formas de aprendizado, bem como este propiciado pela Unidade Escolar".

Procurado, o Ministério Público do Mato Grosso do Sul informou que não recebeu nenhuma denúncia a respeito desse caso.


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O Portal do Holanda foi fundado em 14 de novembro de 2005. Primeiramente com uma coluna, que levou o nome de seu fundador, o jornalista Raimundo de Holanda. Depois passou para Blog do Holanda e por último Portal do Holanda. Foi um dos primeiros sítios de internet no Estado do Amazonas. É auditado pelo IVC e ComScore.

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