Terras raras no Amazonas, o poder dos EUA e a presença dos chineses
Os EUA querem acesso ao que chamam de "terras raras" do Brasil, como condição para reduzirem tanto a animosidade com o governo Lula quanto negociarem uma tarifa menor para produtos brasileiros.
Mas há um problema: os chineses, que já se apropriaram de boa parte de terras onde os minerais ambicionados pelos americanos foram identificados.
No Amazonas, a China comprou a mina de Pitinga, onde em tese explora cassiterita e nióbio, mas já há veladas suspeitas de que também faz prospecção de uranio e tório, o quem vem incomodando o governo Trump.
Onde há terras raras no Brasil, lá estão os chineses - em Minas, onde explora o nióbio, o mesmo acontecendo em Goiás.
Mas o Amazonas possui a maior reserva internacional de nióbio, mineral raro e que os EUA querem a qualquer custo. A mina está concentrada na Cabeça do Cachorro e é considerada estratégia, mas inexplorada por se encontrar em área indígena.
A questão é o que o Brasil ganharia com isso e de que modo os norte-americano querem explorar esse mineral.
O que americanos querem é a posse das reservas minerais brasileiras, a um custo menor possível, o que também, no caso da Cabeça do Cachorro, no Amazonas, pode significar riscos tanto para a soberania do país quanto para o meio ambiente.
Mas se o Brasil se ver sem saída, é provável que abra de vez a porteira para os norte-americanos, rompa com os chineses e relaxe em sua politica ambiental.
Só o tempo dirá se valerá o sacrifício.
ASSUNTOS: Cabeça do cachorro, Nióbio, Pitinga, Terras Raras, Trump
Raimundo de Holanda é jornalista de Manaus. Passou pelo "O Jornal", "Jornal do Commercio", "A Notícia", "O Estado do Amazonas" e outros veículos de comunicação do Amazonas. Foi correspondente substituto do "Jornal do Brasil" em meados dos anos 80. Tem formação superior em Gestão Pública. Atualmente escreve a coluna Bastidores no Portal que leva seu nome.