Compartilhe este texto

Serafim, dona Lydia e o milagre de Rafael em suas vidas


Por Raimundo de Holanda

02/05/2022 18h08 — em
Bastidores da Política



Conheço Serafim Correa há muito tempo, mas não sabia, até cinco  anos atrás, que era pai de Rafael, nem da doença que mantinha o filho  preso a uma cama por 40 anos. Para um homem que sempre foi alegre, inteligente, sério, sarcástico na tribuna e fora dela, era impossível perceber sofrimento em seus olhos. Porque não havia. Rafael não era um peso em sua vida nem de dona Lydia. Era esperança.

A  primeira impressão com o diagnóstico de que o filho tão esperado tinha uma doença grave que o manteria preso a um leito deve ter sido devastadora para o casal. A notícia, imagino,  chegou como cacos de vidro penetrando  na pele, rasgando a carne e provocando dor. O milagre foi transformar tudo isso em afeto, em entrega, em ternura, em alegria de viver.

Dona Lydia foi embora em 20 de dezembro de 2020.  Rafael deve ter sofrido muito. Serafim  tentou amenizar esse sofrimento com mais entrega.

A partida de Rafael tira de Serafim uma parte importante do sentido que ele dava à vida - que construiu com dona Lydia num pacto de amor - aquele amor que não reside em palavras vãs, que é permanente e não se esgota.

Mas Serafim é forte. Saberá  renovar esse amor na lembrança daqueles que foram  molas mestras da construção de um lar, de uma família.

Saberá passar a noite de hoje serenamente, à espera do sol de amanhã, ou da chuva que molha o chão e faz nascer a relva ou a flor. A vida, afinal continua, meu amigo…

Veja também:

Filho do deputado Serafim Corrêa, Rafael Corrêa, morre aos 41 anos

Siga-nos no


Raimundo de Holanda é jornalista de Manaus. Passou pelo "O Jornal", "Jornal do Commercio", "A Notícia", "O Estado do Amazonas" e outros veículos de comunicação do Amazonas. Foi correspondente substituto do "Jornal do Brasil" em meados dos anos 80. Tem formação superior em Gestão Pública. Atualmente escreve a coluna Bastidores no Portal que leva seu nome.