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Mulher que deu nome à nova sede do MP não era uma anônima. Era Raimunda


Por Raimundo de Holanda

12/08/2022 20h14 — em
Bastidores da Política



Na inauguração da nova sede do Ministério Público em Itacoatiara, pouco foi dito sobre a mulher que deu nome à nova sede: Raimunda Souza, a Raimundinha. Pareceu que a escolha do nome foi mais para homenagear um politico e seu passado do que a mulher  itacoatiarense.  Senti falta de mais  referências à homenageada. A impressão é que os oradores presentes  ao evento não a conheciam.

Raimunda não gostava do nome, queria ser Mercedes ou Márcia, Maria, Beatriz.

O que ela gostava era da vida, de compartilhar sonhos. Era de uma família tradicional do município,  mas arredia ás convenções. Misturava-se às meninas dos bairros mais pobres para correr nas praias do rio Amazonas, contemplando com seu olhos castanhos e tristes o por do sol. Cresceu  reivindicando maior espaço da mulher na política e no mercado de trabalho. Mas sonhava com príncipes e uma história de amor que não viveu plenamente.

Raimunda,  eu a conheci. Posso falar tanto sobre sua vida, seus sonhos, seus ideais … mas não vou fazê-lo porque ninguém na inauguração da sede do Ministério Público falou sobre ela, exceto seu filho, presente ao evento.

Lembro do dia em que aquele coração sonhador, que batia forte, parou para sempre… Foi triste.

A homenagem é justa. Pena que nem o Procurador-Geral de Justiça, Alberto Rodrigues do Nascimento Júnior, que inaugurou a nova sede do MP, sabia quem estava sendo homenageada e o por quê.

 

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Raimundo de Holanda é jornalista de Manaus. Passou pelo "O Jornal", "Jornal do Commercio", "A Notícia", "O Estado do Amazonas" e outros veículos de comunicação do Amazonas. Foi correspondente substituto do "Jornal do Brasil" em meados dos anos 80. Tem formação superior em Gestão Pública. Atualmente escreve a coluna Bastidores no Portal que leva seu nome.