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COP- 30. Amazônia tutelada


Por Raimundo de Holanda

10/11/2025 12h00 — em
Bastidores da Política


  • Organismos internacionais, ONGs e até órgãos públicos se apropriam de suas causas para sustentar políticas que impedem a integração e o progresso da região.
  • O direito do índio a terras e a sua cultura pessoal não autoriza o confinamento econômico do Amazonas. Preservar não é imobilizar; proteger não é impedir o desenvolvimento.

A COP30, aberta nesta segunda-feira em Belém, recoloca a Amazônia no centro do debate climático mundial. Mas, mais uma vez, o discurso oficial parece repetir o erro de sempre: falar em conservar a floresta sem enfrentar o tema do desenvolvimento.

Sob o pretexto de proteger a natureza e defender os povos indígenas, o país tem transformado a Amazônia em território de tutela, paralisando seu potencial econômico e humano.

O problema não está em ouvir os indígenas — está em usá-los como justificativa para o imobilismo. 

O caso da BR-319, ainda travada sob argumentos ambientais, é exemplo disso: protege-se a floresta, mas mantém-se isoladas populações inteiras que dela dependem e sempre com negligência às necessidades do homem regional.

O verdadeiro equilíbrio ambiental nasce quando a floresta é vista como espaço de vida e produção, e não como santuário intocável imposto por decisões tomadas longe daqui.

Se a comunidade internacional pretende conservar a Amazônia, deve fazê-lo em conjunto com as populações que nela habitam, assegurando-lhes acesso a infraestrutura, energia, transporte e serviços públicos essenciais. A floresta não demanda tutela, mas políticas públicas consistentes de desenvolvimento sustentável e inclusão socioeconômica.

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ASSUNTOS: Amazonas, Amazônia, COP 30, indígenas

Raimundo de Holanda é jornalista de Manaus. Passou pelo "O Jornal", "Jornal do Commercio", "A Notícia", "O Estado do Amazonas" e outros veículos de comunicação do Amazonas. Foi correspondente substituto do "Jornal do Brasil" em meados dos anos 80. Tem formação superior em Gestão Pública. Atualmente escreve a coluna Bastidores no Portal que leva seu nome.