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Caso Kimberly : amor bandido no caminho de um sonho


Por Raimundo de Holanda

16/05/2020 21h18 — em
Bastidores da Política



“Eu quero mostrar para as outras meninas que elas podem conseguir os sonhos delas, independentemente do que for sonhado”. Essa é uma declaração de Kimberly Mota, assassinada pelo namorado há duas semanas. Sonhos que ela não realizou, mas o caso pode servir de exemplo para “outras meninas”: as paixões são perigosas, há sempre um amor bandido no caminho, disposto a controlar ideias, liberdade e sonhos. E é preciso fugir dele, mesmo quando sentimos que talvez seja impossível, que algemas  foram colocadas em nossa vontade, que nosso horizonte encurtou e se resume a ele ou ela.   

Essa tragédia  é  também um exemplo para nós, homens. Como se libertar de sentimento  tão intenso, de desejos irrefreáveis? Como não perceber que a paixão e o  ciúme  também  corrompem nossa alma e nos enlouquecem?  Como não compreender que  o desejo  sem limites nos transforma em predadores?

Não são apenas as mulheres que estão sendo brutalmente assassinadas.  Nós, homens, estamos nos matando também. Destruindo nossa auto-estima, nossa  compreensão de família, nosso desejo de liberdade.

Não são leis e mais leis de proteção à mulher que vão acabar com esse morticínio. É a educação. Só através da educação as gerações futuras compreenderão que cada homem e cada mulher tem direito a sonhos diferentes, a desejos diferentes, a amores diferentes. A escolher seus parceiros e a trocá-los quando for insustentável continuar caminhando juntos. 

Que a educação se apresente e transforme a todos nós, tornando os amores mais consistentes, as famílias mais unidas, a liberdade mais respeitada, os desejos abertos e aceitos em nome do respeito a individualidade do outro.

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ASSUNTOS: assassinato, kimberly Mota, Manaus, miss amazonas, rfael fernandez

Raimundo de Holanda é jornalista de Manaus. Passou pelo "O Jornal", "Jornal do Commercio", "A Notícia", "O Estado do Amazonas" e outros veículos de comunicação do Amazonas. Foi correspondente substituto do "Jornal do Brasil" em meados dos anos 80. Tem formação superior em Gestão Pública. Atualmente escreve a coluna Bastidores no Portal que leva seu nome.