Há uma clara seletividade nas prioridades ambientais do país. Enquanto projetos de petróleo e grandes leilões energéticos avançam com rapidez, o Estado do Amazonas segue fora da lista de urgências nacionais. 

A região, que alterna entre secas severas e inundações extremas, sofre os impactos diretos das mudanças climáticas sem receber a mesma atenção política dada a outros temas.

No Amazonas, a seca e a cheia são duas faces de um mesmo colapso. Quando o rio seca, comunidades ficam isoladas e sem água potável; quando transborda, famílias perdem casas e plantações. 

Esses fenômenos se repetem entre as duas únicas estações da região — o verão e o inverno amazônicos — e já não podem ser tratados como “surpresas da natureza”. São sinais de uma crise climática e de uma gestão pública ausente.

Enquanto isso, o povo amazônico continua pagando o preço da omissão nacional. Vive entre a seca e a enchente, sem infraestrutura, sem transporte e sem políticas de adaptação climática. 

O país fala em preservar a floresta, mas esquece de proteger quem vive nela. O meio ambiente não é só natureza — é também o direito de existir dignamente em meio às águas e à terra da Amazônia