Manaus/AM - Há um ano, a empresária e ex-sinhazinha do Boi Garantido no Festival Folclórico de Parintins, Djidja Cardoso, foi encontrada morta em sua casa, em Manaus. A suspeita é de overdose da substância cetamina, droga usada em rituais realizados pelo grupo religioso "Pai, Mãe, Vida", liderado pela própria família da empresária. O caso ganhou repercussão nacional e resultou na condenação de familiares e integrantes do grupo por tráfico e associação para o tráfico de drogas.

Djidja, que havia deixado o cargo de sinhazinha em 2020, trabalhava ao lado da mãe e do irmão na administração da rede de salões de beleza da família. Nos meses anteriores à sua morte, a empresária enfrentava um quadro de depressão, como revelou em postagens nas redes sociais. Vídeos gravados pelo ex-namorado mostram os últimos momentos de Djidja tentando resistir ao uso da cetamina, que era incentivado nos rituais do grupo.

Dois dias após a morte, a Polícia Civil do Amazonas realizou a Operação Mandrágora, que prendeu a mãe, Cleusimar Cardoso, o irmão, Ademar Cardoso, e outros envolvidos. Durante as investigações, foram encontrados materiais usados para o consumo da droga na casa da família e nos salões de beleza. A polícia identificou o grupo como uma seita que promovia o uso indiscriminado da cetamina como forma de alcançar elevação espiritual, com líderes que se autoatribuíam figuras religiosas.

O inquérito policial revelou ainda que o grupo estava sob investigação por cerca de 40 dias antes da morte de Djidja. Além do tráfico, havia denúncias de violência sexual e aborto entre seguidores da seita. O Ministério Público denunciou sete pessoas pelo crime de tráfico de drogas e associação, enquanto três réus foram absolvidos por falta de provas.

Seis meses após o início do processo, o juiz Celso de Paula condenou a mãe e o irmão de Djidja, além de outros cinco integrantes do grupo, a penas no regime fechado. Dois condenados estão em liberdade provisória e podem recorrer. 

Veja o caso completo abaixo: 

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