Manaus/AM - João Pedro de Oliveira Rosa Rodrigues, conhecido como "Paulista", foi condenado a 168 anos de prisão pelos assassinatos cometidos durante um massacre na antiga Cadeia Pública Raimundo Vidal Pessoa, em Manaus, em 2017. O julgamento ocorreu nesta quinta-feira (3), na 1ª Vara do Tribunal do Júri da Comarca de Manaus, e determinou o cumprimento imediato da pena em regime fechado.

Segundo o Ministério Público do Amazonas (MP-AM), o crime foi uma retaliação à chacina ocorrida poucos dias antes no Complexo Penitenciário Anísio Jobim (Compaj), onde mais de 50 detentos de uma facção rival foram mortos. No episódio na cadeia Raimundo Vidal Pessoa, quatro detentos foram executados e outros seis ficaram feridos.

Durante o julgamento, João Pedro estava presente e teve a autoria negada por sua defesa, que também pediu clemência ao júri. O pedido, no entanto, foi rejeitado por unanimidade. Os jurados seguiram a tese do MP e consideraram o réu culpado pelos crimes de homicídio qualificado, tentativa de homicídio, vilipêndio de cadáver e participação em motim.

O juiz Diego Daniel Dal Bosco determinou o início imediato do cumprimento da pena. João Pedro já cumpria anteriormente uma pena de mais de 24 anos de reclusão. A sentença ainda cabe recurso, mas o réu permanecerá preso.

O massacre na Raimundo Vidal Pessoa foi um dos episódios mais violentos do sistema prisional amazonense, ocorrido em um momento de crise que expôs a fragilidade do controle nas unidades prisionais.