Amazonas é reconhecido internacionalmente como zona livre de febre aftosa

Manaus/AM - O Amazonas atingiu uma marca histórica ao ser reconhecido como zona livre de febre aftosa sem vacinação pela Organização Mundial de Saúde Animal (OMSA). Essa certificação internacional atesta que o estado erradicou a doença sem a necessidade de vacinação, permitindo o acesso a mercados altamente exigentes, como União Europeia, China, Estados Unidos e Emirados Árabes Unidos. O selo amplia significativamente as oportunidades de exportação da carne bovina e seus derivados, reposicionando o Amazonas como um novo protagonista no cenário agropecuário global.
A conquista vem na esteira do reconhecimento nacional obtido em maio de 2023, por meio da Portaria nº 665 do Ministério da Agricultura e Pecuária (Mapa). Além de abrir fronteiras comerciais, o novo status sanitário confere maior valor agregado aos produtos locais e fortalece a competitividade da agropecuária amazonense. O resultado representa um importante avanço na política de desenvolvimento rural, com impacto direto sobre a economia do estado.
A certificação é fruto de uma gestão estratégica liderada pelo governador Wilson Lima (União Brasil), que desde 2019 tem investido fortemente em infraestrutura sanitária e prevenção. Foram aplicados mais de R$ 5,4 milhões em campanhas de vacinação, aquisição de doses, instalação de barreiras sanitárias e intensificação do monitoramento agropecuário em todo o território estadual. A medida também representa um alívio econômico para os mais de 22,6 mil pecuaristas ativos no Amazonas, que agora não precisam mais arcar com os custos da vacinação.
O anúncio oficial ocorreu durante a 92ª Sessão Geral da OMSA, realizada no final de maio em Paris. Com isso, o Amazonas passa a integrar um seleto grupo de estados brasileiros com o mais alto padrão sanitário mundial, ao lado de Santa Catarina, Paraná, Rio Grande do Sul e Rondônia. A partir de junho de 2025, todos os 62 municípios amazonenses estarão sob o mesmo status, o que reforça o posicionamento estratégico do estado na agenda internacional de exportações agropecuárias.
Segundo o governador Wilson Lima, a certificação marca uma virada de chave para a economia estadual. “Deixamos de ser apenas consumidores para nos tornarmos fornecedores globais de proteína animal, com qualidade reconhecida. É uma mudança concreta que gera empregos e posiciona o Amazonas como referência em produção sustentável”, afirmou. A liderança do União Brasil no processo também foi destacada por membros do partido, como o secretário Marcellus Campêlo, que ressaltou o caráter estratégico da política pública.
A erradicação da febre aftosa no Amazonas é resultado de uma trajetória marcada por avanços contínuos. Em 2004, o estado ainda registrava focos ativos da doença. Em 2017, foi declarado zona livre com vacinação, e em 2020, 13 municípios do sul e sudeste conquistaram o status sem vacinação. Agora, com um rebanho estimado em 2,7 milhões de bovinos e bubalinos, o estado se prepara para atender mercados que exigem padrões sanitários rigorosos, como Japão e Coreia do Sul. Para o vice-presidente do União Brasil, Sérgio Litaiff, o selo da OMSA representa mais do que um reconhecimento técnico: “É a consagração de um estado que pensa grande, age com responsabilidade e projeta o futuro com coragem.”

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